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CACO ISHAK

CACO ISHAK

 


Caco Ishak nasceu em Goiânia, Goiás (27 de maio de 1981), e mora em Belém do Pará desde os cinco anos de idade. É fundador e curador da galeria virtual de arte urbana baixocalão (www.baixocalao.com) e editor do blog ¡c¡ao!¡cret¡n¡! (www.verbeatblogs.org/ishak). Em 2006, publicou seu primeiro livro, “má reputação”, pela editora 7letras. O segundo, 0800-6669, está no prelo.

 

aqui, leitor, um livro que alicerça uma única história, sugerindo a desistência para, traiçoeiramente, afirmar a paixão pela vida, apesar de reconhecer como verdadeiro par da existência a fatalidade. aqui, há palavras febris programando um niilismo-barroco e, portanto, o paradoxo: trajetos na madrugada, minados de incerteza. 

 

não se engane com a simplicidade ou o falso-juvenil de algumas passagens. há uma concisão propositalmente dispensada, um mergulho sem ar, quase sem luz, em busca da beleza e de um sentido que diminua o desconforto da rotina, a resignação pessoal diante do cômodo e dos mitos. 

 

é isso, um livro que se propõe à extinção do mito da resignação. quem conhece o caco ishak sabe muito bem do que estou falando. nesse autor, uma singularidade: o abandono como ponta de sonho, como o necessário em meio ao caos para que possamos lembrar que no fundo, no fundo, ainda somos humanos”. (Paulo Scott, em introdução do livro “má reputação”)

 

 

free república

 

vai do gosto de cada lady

rasgar sua pele com diamantes

ou adorná-la com carvão

 

vai da pressa do freguês

 

de cada um de seus chiliques

e dos tropeços encenados

 

de aviões de guardanapo

de cada promessa clandestina

de um retorno debruçado no guidão

 

vai ao gosto de bloody

mary vai embora

vai, pois, mas não volta

 

vai-de dia

 

que a noite já não suporta

tua presença em sacos plásticos

nem teu funga-funga em tufos de algodão

 

ooOoOoo

 

bis in idem

 

não sei dizer se acredito em deus ou se sou o próprio

tentando manter a calma

e concertar o mundo que gira em órbita do meu planeta

 

enquanto afasto o peso-de-chão da porta

e lambo as patas de quem me chega

celebrando meu corpo fechado

 

ainda que não cumprindo com sua parte no trato

estabelecido quando da conquista

de quem agora me aponta dois pentes carregados

 

e aparenta de tudo um pouco saber sobre o dia

e as noites que lhe antecederam

 

ooOoOoo

 

i feel a little shane

 

nasci vampiro

cresci cowboy

 

e hoje envelheço

cavalgando de polvo em polvo

até a última ventosa sugando network

 

desenvolvi vírus

 

pra morrer aos pés de um cacto

sangrando a boca de espinhos

 

ooOoOoo

 

vermelho

 

me pergunta o que é o vermelho
que eu te digo sem pensar

 

o vermelho é vesgo
e faz barulho

 

me pergunta, então
o que é o vermelho?

 

é vesgo, barulhento
e tem os pêlos repicados
línguas presas
e quatro pernas compridas

 

duas tortas

 

carrega os olhos no peito

 

e é por isso que eu te digo
que vermelho são tijolos
estourando a cada trago
dado com os olhos

 

na ponta do batom

 

 

De
dos versos fandangos
 ou a má reputação de um estulto em polvorosa

Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006
ISBN 857577299-6

 


neto da timidez ou a tristeza

da certeza

 

o pecado do tímido é não

fazer com que seus possíveis pecados

venham a nascer; de pronto enforcados

pelo desfundado medo de um não

 

ao tímido, então, será reservado

seu próprio não-ser, triste encarnação

pois na tristeza da certeza estão

os poucos gozos de um viver frustrado

 

imputar-lhe culpa por seus não-atos

não viria a ser por obvio fardo injusto?

eis que pela memória do pecado

 

torna-se de sua tristeza o culpado

paga pela tal certeza alto custo

na timidez há solidão de fato

 

 

buzz me asap

 

o aro branco das tuas lentes

questionado ao canto de um frango caipira

traduz meus nervosismos

matuta e realiza

a chamada á fronte

temporariamente desregulada

 

estávamos em manutenção

 

beg your pardon

é que não entendi de fato

ainda assim sugiro

a pretensão de te ter full-time

e também ou todos os dias

 

se possível

numa das tardes descompromissadas

à disposição depois de um primeiro encontro

 

verdade é que não se controla uma tal maturidade

nem se apreendem seus circuitos internos

enquanto se guarda a expectativa

de que de algo podem adiantar as investidas

de uma marca servida no canto da boca que escorria

seus ciúmes e tragos e descontroles

 

 

 

Página publicada em abril de 2009


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