camisola
Diáfana,
Revela o intento
E retira-se, obsoleta...
templarium
meu corpo:
rito sagrado
de tua passagem.
labirinto
após
descubro flores
em tuas cicatrizes
recreio
às nove da manhã
sentia a fome de ontem
e o medo de amanhã...
ANTOLOGIA POETRIX 20 ANOS. Organizadora Aila Magalhães. São Paulo: Rumo Editorial,
2019. 239 p. 13 x 20,5 cm. Antologia comemorativa dos 20 anos do Movimento Internacional Poetrix –MIP.
ISBN 978-85-60380-65-7 Ex. bibl. Antonio Miranda
Hiatus vitae
em mil e uma noites
preencher-se de vazios
ressignificar sentidos
João e Maria
metáfora de um desencontro
almas gêmeas
corpos estranhos
All that lonely people
sob a luz do entardecer
trens superlotados
invisibilidades
Mata-borrão
esvai-se da pele
o breve poema:
teu nome em tatoo de henna
Ancoradouro
ao cair do sol
homem, peixe e anzol
noite temperada au vin
Brai-ler
na ponta dos dedos
tateio teus desejos:
tradução simultânea
Saga
toda manhã
retocar o rascunho
o que foi ontem
Dicumê
por este sertão de deuses,
astio de criança, é pedido:
“faz, tio!”
Matisses
caleidoscópios, multidões;
sozinhez, um estalo que seja:
ando por aí à cata de espantos.
Clã, destino
interpretei cada sinal
e o inesperado, vejam só,
arrebatou-me numa esquina
Casa_mata
no alto do morro
dia de cesta básica:
ferro, bala, pó e silêncios
TEXT IN ENGLISH
Doubt
lost the faith in humanity,
a question beyond the void:
in God, do I believe?
ANTOLOGIA POETRIX , 5 / organizador Goulart Gomes. São Paulo: Scortecci, 2017. ISBN 978-85-366-5212-2
Ex. biblioteca de ANTONIO MIRANDA
[ O POETRIX é terceto contemporâneo de temática livre, com título e um máximo de trinta sílabas. Proposto, inicialmente, como uma evidente alternativo do HAIKAI, mantendo sua forma em tercetos mas subvertendo o seu conteúdo, ao admitir título, rimas, figuras de linguagem e um maior número de sílabas. Maiores informações sobre a sua estrutura, podem ser lidas no BULA POETRIX, no site www.movimentopoetrix.com.br ]
amuleto
meu corpo
fechado
por ti.
amor-perfeito
ilusão
que esbarra
em um hífen!
herança
partiu
deixando apenas
um ar cheio de si
negativo
devoro a imagem
como se o deserto
fosse a miragem
linhada
sem ponto
ou nó,
vê-lo...
temporal
acordei cedo
dei de cara com um futuro
de passado duvidoso...
baía
morrer na praia,
não sem antes navegar
o poema inacabado
errata
antigos erros
em nova versão,
ainda sem solução
dor
quasar
no peito
a pulsar...
por que rio?
com tanto mar,
que diferença fariam
minhas lágrimas?
pa(z)lestina
sem terra, jaz
em solo alheio
a esperança de paz...
ao por do sol
da janela entreaberta
a renda da cortina
borda o horizonte
*
Página ampliada e republicada em fevereiro de 2024.
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Página publicada em abril de 2022