WELLINGTON BRANDÃO
Wellington Brandão (Visconde do Rio Branco, 6 de agosto de 1895 — Passos, 3 de maio de 1965) foi um político brasileiro. Exerceu o mandato de deputado federal constituinte por Minas Gerais em 1946.[1] Após se formar em direito no Rio de Janeiro, Wellington voltou à Minas Gerais, especificamente em Belo Horizonte, onde se projetou como poeta, cronista e político. Fez parte do movimento simbolista e modernista mineiro.
Participou da criação da revista VERDE, em 1927.
Extraído de
VERDE. Revista Mensal de Arte e Cultura. São Paulo: 1978. Caixa de papelão contendo 7 (sete) exemplares (fac-similares) da revista VERDE, de Cataguases Minas Gerais, dirigida por Martins Mendes e Rosario Fusco. Supervisão gráfica: Diana Mindlin. Patrocínio: Metal Leve S.A. Ex. bibl. Antonio Miranda
INÉDITOS DOS CANTOS MUNICI-PAES PARA VERDE
ESTAÇÃOSINHA
Lá vem
o trem
bufando
fumarando
—xá—xá—xá—rrrooon ...
E este porquinho
que não sai da linha!...
Isquê!...
TAGORE
Ó Rabindraná,
estou olhando a lua crecente
no ceu azul deste Brasil indiano
com uma vontade doida de ser creança
pra adormecer no teu carinho de Pai.
O JORNALISTA
O jornalista
oposicionista
de Briquités
pensa que o governo em Belorizonte
lê o seu jornal de cabo a rabo.
Quasi todos os seus artigos
acabam mais ou menos assim:
"Pondere o honrado governo do Estado..."
UM SALOMÃO
O Capitão Orozimbo Candido da Silva,
juiz municipal de Capivaras,
me disse que, si fosse Salomão,
teria decidido a causa das duas mães
de modo bem mais pratico:
poria a creança a mamar nas duas mulheres.
Porque (teoria dele)
filho mama com mais prazer
na maminha da mãe.
O AGRONOMO
Apareceu um doutor em Capivaras
ensinando a agricultura pelos processos
modernos.
Reuniu os fazendeiros na sala do Paço,
mas antes de pedir a palavra
foi lá fóra pitar um cigarro goiano.
(poema publicado originalmente na edição da revista
VERDE, Número 3, Anno 1, Novembro 1927, Cataguases, MG)
Página publicada em fevereiro de 2019
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