THEREZINHA ALMEIDA
Nome literário da Sra. Maria Therezinha de Almeida Paes. Nasceu em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, vindo para Juiz de Fora ainda adolescente. É professora-normalista, porém, não exerce o magistério, dedicando-se à vida familiar. É casada com o Tenente-coronel Francisco Carlos da Silva Paes.
Sua vocação artística, para as letras e os pincéis, revelou-se recentemente. Estuda Desenho e Pintura na Sociedade de Belas Artes "Antônio Parreiras", de Juiz de Fora, já tendo participado por duas vezes do Salão Oficial Municipal de Belas Artes. Prepara uma exposição individual de suas telas. Como poetisa, frequentadora assídua dos "Encontros Literários" da Associação de Cultura Luso-Brasileira, é também colaboradora permanente de "Cantam Os Poetas", órgão dos associados.
ENCONTRO 55 (Coletânea de Poetas da Associação de Cultura Luso-Brasileira). Seleção e introdução de MÁRCIO ALMEIDA. Capa e ilustrações de CEZAR GUEDES. Juiz de Fora, MG: Associação de Cultura Luso-v, 1980. 204 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda.
Reúne 25 anos de atividade da ACLB e ressalta a renovação que estava acontecendo com a poesia de Minas Gerais em particular e do Brasil em geral.
Aqui vamos divulgar alguns poetas que ainda não figuram no nosso Portal de Poesia — no momento já incluímos mais de 7.000, mais da metade de brasileiros. E edição reitera a questão dos “Direitos autorais reservados”, mas esperamos contar com a aprovação de nossa iniciativa de divulgar alguns poetas da coletânea, 40 anos depois da edição (de 1980).
Como o livro “Encontro 5” inclui vários poemas de cada poeta, aqui apresentamos apenas 3 ou 4 de cada um, dependendo da extensão dos textos. Os interessados poderão continuar a leitura no volume original, certamente disponível em algumas bibliotecas e livrarias, inclusive sebos, se estiver interessado (e com sorte!)
Imagem p. 173
E S P E L H O
No lago
o silêncio
meu rosto
(peso do corpo no
tédio)
Espelho misterioso
sem sentido
na alma de meu
sorriso
Deixo cair
uma lágrima
e o reflexo é
a ilusão
perdida.
U T O P I A
Se rios
na paisagem
pudessem parar
Nuvens
brisa
não se diluírem
Noites
não cobrirem
dias
Aragem morna
folhas
não balançar
— Reter no pensamento
imagens
Segurar
visão
desfazer-se
de lama
figuras imperfeitas
construídas
asperezas securas
da
realidade
Viver
intensamente
nem que fossem
Sonhos.
V A G A N D O
Num porto infinito
tento atracar
meus sonhos
Navegam
nas sombras
velas enormes
Soabrindo os olhos
vejo inflectir-se
árvore
sol
gente
Anseios
esbarrando
em salinas
Abissais sonhos
(tento fugir)
Ondas de ilusão
em torvelinho
Tudo é
translúcido
mar
paisagem
barcos navegando
dentro de mim.
Página publicada em janeiro de 2020
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