Foto: https://www.youtube.com/watch?v=4w50jBkd4HI
SIMONE ANDRADE NEVES
Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1974. Advogada.
Extraído de
POESIA SEMPRE. Número 35 – Ano 17 – 2010. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, 2010. Editor Marco Lucchesi. Ex. bibl. Antonio Miranda
Óca
Quero uma casa
Que me caiba:
maloca
Quero um estado
que eu saiba:
morada
Quero óikos
Que não me faça
ôca.
Óca-Maloca
para não ser ôca.
Netuno
Crê em trilhas,
insólitos anéis,
luas diversas.
Adagas sustentam
frágeis
estalactites.
Entre o gélido
e os ventos
o corpo filtra:
o meio.
Nem grande,
nem pequeno,
Nem perto,
nem longe,
o mais pesado:
o centro.
Cachimbo de domingo
Cadê o gado?
Buscar na Índia.
E o pasto?
Derrubar árvore, plantar capim.
E o capim?
Braquiária: buscar na África.
E a fome?
Come carne, toma leite.
Vila verde
fome saciada.
Escorre água,
mareja areia.
Pasto pisado de gado.
Casa de capim.
Rio doce assoreado.
Calores!
PELADA POÉTICA: antologia. Organizadores: Júlio Abreu e Mário Alex Rosa. Belo Horizonte, MG: Scriptum, 2013. 118 p.
ISBN 978-85-89-044-69-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
Verde-amarelo
azul e branco
azul e vermelho
vermelho-verde
verde e branco
branco e vermelho:
um drible nas cores
e a Laranja força e entra.
figas:
último pênalti:
no silêncio-vácuo
a chuteira rasga a grama
e o jogador explode
vai menino, vai menino:
é gol
É GOOOOOOOOLLLL.
A ola funde todas as cores.
*
Página ampliada em maio de 2023
Página publicada em setembro de 2018
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