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RITA MONCORVO
Atriz, cantora, escritora, professora e diretora de teatro,
reside em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Antologia de Ouro. Organização de Regina Mello. Museu Naciomal da Poesia Ano V. Belo Horizonte: Anome Livros, 2010. 136 p. ISBN 978-85-983-78-59-6 Ex. bibl. Antonio Miranda
esta história
não sei contar esta história
o enredo sofreu um desvio
o autor cantou sua vitória
sem falas... ficaram por um fio
um suspiro na ponta do lápis
lustrava um doce sonho de outono
um deslize nas cordas, um ápice
rasgava um canto no mesmo tono
um encontro quando os anjos inspiram
num lugar onde nossas almas respiram
outro encontro onde não mora o destino
num lugar quando os olhos não brilham
melhor deixar esta história como está
será que teve realmente um início?
melhor deixa-la onde nasceu
melhor ficar no coração
tamanha é a sua suavidade, verdade
tamanho é o seu final feliz
que dá um medo sem fim de ela não existir
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Fruto Verde Rebelde
Ai de mim! Que fui pega pelo meu próprio
Feitiço!
A cortina de seda abriu-se em pleno dia de
solstício
De embaraço era o rio que corria em meu sangue
De filó era a redoma que abraçava-me aflante
Não, não podia ser poesia aquilo que hoje cedo
lias
Tamanha vergonha sentida não era poesia o que
vias
Aí, que ali era o próprio retrato de minha
emoção
Revelado nu e assustado para todos o meu
coração
Que vergonha poeta! Fruto verde rebelde!
Não aprendeste com as frutas? !
Que soltam-se apenas quando maduras?!
Vai-te! Seguir teu caminho de andança te resta
Leve o tempo como aliado em tua transparência
E os anjos pra proteger tua inocência!
Página publicada em novembro de 2020
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