RENATO MATTOSINHOS
Nasceu no arraial de Santo Antônio do Limoeiro, hoje Vila de Goianá, município de Rio Novo, Minas Gerais, onde fez os primeiros estudos. Transferiu-se para Juiz de Fora, onde se bacharelou em Direito, realizando ainda, na área, vários cursos de extensão. É aluno do Curso de Comunicação da UFJF. Advogado militante, é Diretor do Departamento Jurídico e orador oficial da Sociedade Mineira Expositora de Canários.
Cronista, poeta, trovador, colabora assiduamente em diversas publicações do Estado. Sócio da União Brasileira dos Trovadores — UBT, de São Paulo, tem recebido pre-miações em Concursos de Trovas, de âmbito nacional. Possui inéditos livros de crónicas, contos e poesia. Membro ativo da Associação de Cultura Luso-Brasileira, é o Editor de "Cantam Os Poetas", publicação mensal da entidade.
ENCONTRO 55 (Coletânea de Poetas da Associação de Cultura Luso-Brasileira). Seleção e introdução de MÁRCIO ALMEIDA. Capa e ilustrações de CEZAR GUEDES. Juiz de Fora, MG: Associação de Cultura Luso-v, 1980. 204 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda.
Reúne 25 anos de atividade da ACLB e ressalta a renovação que estava acontecendo com a poesia de Minas Gerais em particular e do Brasil em geral.
Aqui vamos divulgar alguns poetas que ainda não figuram no nosso Portal de Poesia — no momento já incluímos mais de 7.000, mais da metade de brasileiros. E edição reitera a questão dos “Direitos autorais reservados”, mas esperamos contar com a aprovação de nossa iniciativa de divulgar alguns poetas da coletânea, 40 anos depois da edição (de 1980).
Como o livro “Encontro 5” inclui vários poemas de cada poeta, aqui apresentamos apenas 3 ou 4 de cada um, dependendo da extensão dos textos. Os interessados poderão continuar a leitura no volume original, certamente disponível em algumas bibliotecas e livrarias, inclusive sebos, se estiver interessado (e com sorte!)
|
M I S T É R I O
Bolas de gude
papagaios
estilingues
cavalos de pau
castelos de areia
barquinhos de papel
v i d a
eterno menino
nos filhos.
L A B I R I N T O S
Longa noite
desperta-me
do infinito
magoada
o tropel do silêncio
absorto
corcel de sonhos
indo
a lugar nenhum.
Repentinamente
nas teias da vida
interrogativo
caminho em cada olhar
e me perco
nos labirintos
de imensurável Cnossos.
Chegarei ao amanhã
pelos fios
da esperança.
C I V I S M O
EU SOU A PÁTRIA
— corpo
das entranhas
da terra.
Nestas veias
corre sangue/vulcão
de civismo.
Amantes
inconsequentes
meus pés descalços
apaixonados
beijam este chão.
Enlevados
meus olhos
namoram
estas colinas.
Escuto
magoados lamentos
no odor milenar
— destas florestas.
Sinto-me
a cada momento
chegando
— do exílio.
Quando morrer
quero abraçar
esta terra
— PARA SEMPRE.
Página publicada em janeiro de 2020
|