POESIA MINEIRA
Coordenação de WILMAR SILVA
MAX S. MOREIRA
Natural de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, Minas Gerais. Viveu a infância em Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora. Mudou-se para Belo Horizonte em 1978, de onde saiu após concluir a faculdade, para João Monlevade, retornando em 1998 a Belo Horizonte, onde reside atualmente.
Participou de Faces Várias, Antologia poética, Cinter/Utramig 1978.
MOREIRA, Max Silva. Alarido. Belo Horizonte: Anome Livros, 2002. 56 p. 16X23 CM.(Poesia contemporânea, 2) ISBN 85-9022569-1-X Col. A.M. (EA)
Memorial
Dos bondes da memória
rostos e casas desfilam sisudos,
parques, alamedas e velhas senhoras.
E uma tarde azul,
onde o Tempo, cansado,
atira milho aos pombos
no adro da Igreja Matriz.
Esperanto
Talvez porque o dia esteja parado
e quente, as notícias jorram da TV
e nenhum afago alivia o seu mal.
O sol penetra nossa epiderme
calcinando os poros
( e pela graça do sol
iluminamos).
O sol penetra nossa epiderme
e uma brisa vem
em nosso auxílio
dissipar enganos.
Tudo em nós tende à substância,
mas ao nada
é dado permanecer.
Amada musa,
A temática diária
permanece inatingível,
como um dirigível
que, sozinho, explode no ar.
O poeta tem seu dote,
mas não pode voar.
Outono
Se
me
espreita
o poema, eu caio;
e, folha ao vento
encontro sentido
no
movimento.
Epigrama
Por onde esvai
o sentido que se pretende?
Vai por onde ele ascende,
entre o que se ouve
e o que se entende.
Teo
ria
do que será
que Deus
Se
ria
?
Palimpsesto
Texto pretexto.
De tudo o que já li,
ficou-me somente um terço.
Texto pós-texto.
De tudo o que escrevi,
restou-me apenas um cesto.
Página publicada em maio de 2012.
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