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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARLI FROES

 

Marli Fróes é poeta e professora de Literatura, natural de Montes Claros/MG. Pertencente à primeira geração do Psiu Poético, publicou, emparceria com outras autoras (Janete Ferreira e Gildete Freitas), o livro de poesias Visceral (2005), pela Editora da UNIMONTES, além de poemasem diversos jornais e suplementos literários.

 

 

FRÓES, Marli.  Carnaverbo.  Belo Horizonte: Anome livros, 2010.  101 p Col. Bibl. Antonio Miranda

 

Inventário

 

O vaso grego, que agrega sonhos

Um camelo, os retratos, os bilhetes, os cartões, poemas,

textos

CDs e afetos, meus amores prediletos

As Pirâmides do Egito

num refratário de perfume

Três homens me bordejam

Vaga........................ lume

Um beijo a contrapelo

seus olhos no espelho

O sol que insinua:

eu — uma mulher nua!

Cheiros, artefatos, brinquedos...

meus bebés - a minha plenitude

bibelôs e contas para pagar

Meus calos...

não calo!

A literatura: um mundo no armário

arqueologias letris

poesias, filosofias, poeiras...

gavetas para arrumar!

O gozo da véspera

lembranças febris

as palavras silenciadas

as pessoas amadas

um amigo na Índia

a América Latina

rosas alegres

flores tristes

chinelos em direção ao mar

os cartões, poemas,

o Tibet sem lugar

as crianças do Paquistão

as crianças do Ceará...

rosário, Arthur Bispo do Rosário

Inventar o Brasil!

diário...

riSOS... rio

inventário não é para ficar no armário.

 

 



DANIEL, Cláudio.  Novas vozes da poesia brasileira. Uma antologia crítica.  Cajazeiras:  Arribaçã, 2024. 258 p  ISBN  978-65-6036-365-6    No. 10 879
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda

 


 
      (DES)CON(C)ERTO DO MUNDO

      
Olhos em colisão com o vento,
       uivos de cio desesperado.

       A Europa sangrou a África e a América,
       a América Latina ainda expulsa a metrópole.

       Bocas pretas cantam,
       atravessando o fio do tempo
       filhos seguros às saias das mães
       se protegem do passado e do presente.

       Na África contam-se histórias;
       Baobás moradas-templos
       da ancestralidade
       Mulheres e sementes arvoram
       uma muralha verde
       contra o avanço do Saara,
       o deserto que faz chover no Brasil.

       Do ponto everest não se viu o mundo;
       no Himalaia ou no Tibete alguém alcança a paz
       em um movimento solitário, egoísta.
        
       A Antártida guarda segredos;
       mulher ambicionada, quase inacessível;
       Oceania, tinta de sangue,
       koru, maori -tiki, Manaia, arraia, hei tiki —
       tatuagens maori no planeta,
       escrita de pele, reescrita
       de uma nova Humanidade.


 RIO INVISÍVEL

 Seu amor é um rio invisível que deságua em nós.
 O meu amor; combustão natural das matas do cerrado
 faz brotar milagres no seu coração Riobaldo
 E eu, sou o amor Diadorim brigando com os seus enganos

 Seu amor, ah, seu amor...
 um rio que deságua em nós.

 Espero a mão que me levante dos dias em destempero
 e me acorde das minhas noites insones
 sonhar um amor que me arranque as vestes
 ficar na nudez da vida sensível

 Seu amor, ah, seu amor...
 um rio invisível que deságua em nós.

 Sinta aqui, as vibrações dessa minha voz que não sai
 mas eu canto, a música sou eu, passeando por suas melodias
 olhe bem, o meu amor é como as veredas das sertanias...
 o seu, um rio invisível, em vapor de chuva que não acontece

 Você está dentro do meu coração de sol e brisa
 Dentro de mim faz fogueira e ventania
 E nessa mão que não segura...
 Olhe bem, o amor do dia é único, não reprisa
 Seu amor, ah, seu amor...
 um rio que deságua em nós.

 

DAS PAIXÕES

 
Toda paixão
 é atravessamento nos corpos...
 Fulgor, avassalador passageiro
 ou marca eterna
 depende da escrita, inscrita no corpo

 o páthos... uma práxis
 uma idealização na contramão do amor
 o amor é paciente e bondoso!
 As vezes amar é de fato ”dar o que não se tem”
 A paixão é também química, de suores,
 gosto, sabores, cheiros
 e brilho nos olhos
 afeccões de corpos
 dor, sofrimento,
 ou vontade de potência...
 todos somos seres das paixões
 difícil é uma ética nas paixões.
 Os humanos têm as suas estranhezas truculentas:
 um dia louvor, aclamado rei
 cinco dias após;
 um homem no seu sofrimento derradeiro20,9
 o gesto se repete sempre...
 A Paixão dos homens
 dói-me nas veias:
 os indígenas
 nas suas vias dolorosas;
 as crianças trabalhando
 nas noites de vesperata,
 outras na delinquência;
 as mães-solo
 no desespero diário de pão na mesa...
 tudo isso é Cristo crucificado
 há joelhos que se dobram na missa em um dia
 em outro; condenam, julgam e crucificam
 as vezes somos a cruz, o prego
 e o carrasco de nós mesmos
 e vamos sangrando diariamente
 acendendo as feridas alheias


*
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Página publicada em junho de 2025.


Página publicada em abril de 2014


 

 

 
 
 
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