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MARIA DO CARMO VOLPI DE FREITAS
Mineira de São João Nepomuceno. Advogada, professora, técnico em assuntos educacionais do MEC. Membro fundador da Faculdade de Direito da UFJF. Coordenadora da Sociedade Filarmónica de Juiz de Fora, de que é Presidente, há mais de duas décadas, seu esposo, o advogado Dr. José de Freitas e Silva.
Oradora vibrante e talentosa, declamadora, sempre aplaudida, tem produzido belas páginas em prosa, sob a forma de crónicas, artigos e contos. Amante da poesia, revelou-se como autora nos "Encontros Literários" da "ACLB", colaborando assiduamente em "Cantam Os Poetas".
ENCONTRO 55 (Coletânea de Poetas da Associação de Cultura Luso-Brasileira). Seleção e introdução de MÁRCIO ALMEIDA. Capa e ilustrações de CEZAR GUEDES. Juiz de Fora, MG: Associação de Cultura Luso-Brasileira, 1980. 204 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda.
Reúne 25 anos de atividade da ACLB e ressalta a renovação que estava acontecendo com a poesia de Minas Gerais em particular e do Brasil em geral.
Aqui vamos divulgar alguns poetas que ainda não figuram no nosso Portal de Poesia — no momento já incluímos mais de 7.000, mais da metade de brasileiros. E edição reitera a questão dos “Direitos autorais reservados”, mas esperamos contar com a aprovação de nossa iniciativa de divulgar alguns poetas da coletânea, 40 anos depois da edição (de 1980).
Como o livro “Encontro 5” inclui vários poemas de cada poeta, aqui apresentamos apenas 3 ou 4 de cada um, dependendo da extensão dos textos. Os interessados poderão continuar a leitura no volume original, certamente disponível em algumas bibliotecas e livrarias, inclusive sebos, se estiver interessado (e com sorte!)
O R I O
Noite
voz misteriosa
agitando
o ar
Malhas deslizantes
Pureza vai riqueza vem
Homens buscando sustento.
Fertilizo terras
Alivio dores
Ofereço prazeres
Negros pesadelos
recebo
Nuvens escuras rolam
Turvo, não reflito o céu
Pobre, não concedo bens
Feio, não abrigo jovens
Triste, não embalo amores
Rude, não vejo flor
Áspero, não me buscam risos
Negro, o medo vai comigo
Fraco, não sinto corações.
— Quem poderá salvar-me?
F O R M A S
Recorte na folha
Lágrimas de fonte
Corpo semente
Contorno de lábios
Olhos da estrela
Orla de pétalas
Caminho do rio
Face de lua
Língua de fogo
Foice de ceifas
Sinal de letras.
R E F L E X Õ E S
Brandos ventos
nuvens desfeitas
tombam
os sóis.
Brilhos
glórias e
mentes
fraquejam
no chão incerto do mundo
Mas as estrelas
cintilam.
Página publicada em janeiro de 2020
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