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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




 

Foto: http://www.marciacarrano.com/a_escritora.php

MÁRCIA CARRANO

 

 

Márcia Carrano Castro é escritora e professora de Português, Redação e Literatura. Mestra em Letras (CES-JF). Especialista em Redação/ Língua Portuguesa (PUC-MG). Especialista em Literatura Brasileira (PUC-MG). Licenciada em Letras (Português/Inglês e literaturas). Bacharel em Direito.

 

 “[...]poesia que procura extrair da palavra, em combinações e inovações 

  diversas, toda a potencialidade expressiva”. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE  (em correspondência à  autora, em 29 de junho de 1977) sobre Zero versus, livro de poemas da autora:

 

 

PUBLICAÇÕES: Livros:  Zero versus (poemas). Juiz de Fora: Esdeva, 1977;   Porção de tintas contos). Juiz de Fora: Funalfa, 2003.     Livro escolhido por comissão julgadora da Funalfa, em 2003, foi editado pela Lei Murilo Mendes.

Participação em antologias: Marginais do Pomba. Rio de Janeiro: Reproarte, 1985;   Mais trinta mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira. Rio de Janeiro:  Record, 2005

Poemas e contos: além de poemas, contos, crônicas e outros textos publicados em  suplementos  literários de Cataguases e de outros lugares, inclusive no Boletim luso-brasileiro,  da Universidade do Colorado, Boulder, Estados Unidos, em fevereiro de 1978,  fazem hoje parte do acervo digital da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais diversos poemas e contos publicados no Suplemento Literário de Minas Gerais, a partir de outubro de 1975. Podem ser encontrados em: www.letras.ufmg.br/websuplit/Lib/Html/WebSupLit.htm  



ARIDEZ       

 

                   a lágrima entalada

                   na garganta

                   espinho de peixe

                   caco de vidro

                   lâmina maldosa

                   —  não há poesia.

 

                   a lágrima atravessada

                   no escuro do medo

                   no impossível perdão

                   escorrega no fio de ternura

                   único afluente possível.

 

                   a lágrima busca/rebusca

                   brusca o caminho

                   e morre pedra

                   oculta do mundo... 

 

 

 


SOTERRAMENTO VERBAL

                                                                 

vejo centos e centos de palavras

como quem via centos de laranjas

— e eram tantas as podres

como são hoje as vazias.

 

busco o pensamento novo

por trás de letras e livros

nacionais, estrangeiros,

literários, temerários,

provincianos, urbanos,

impressos com pressa,

digitais, internetais,

emeianos, leissarnianos,

ceenepecando e capespengando

palavras

no solo do silêncio.

 

 

produção coca-livro

de uma sociedade de ecos e trecos

de ivros e avras

— travas na mente                                                                             

travo na língua

solta no breu.

 

                                      Juiz de Fora, 11 de novembro  de 2002

 

 



Amor de qualquer canto

 

fazer poema

é ficar vinícius

com entornos

de chopes

amigos

violões

homens e mulheres

passando lúbricos

com o mar de fundo. 

 

poema sério

não é poema:

é grito agonístico

é alma esfacelada.

 

poema mesmo

é ébrio de paixão

vida

cor-

-ação

e você:

sinfonia inacabada

desfilando diante de meus olhos

eternamente apaixonados

em qualquer canto do tempo.

 

 


Mais informações sobre a autora:

 

·        Outros: Apresentação de painel sobre Francisco Inácio Peixoto na Jornada de Estudos Literários: 2004- Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora

 

         Análise literária:  O polêmico, o lúdico e o erótico em Erótica, de Chico Peixoto. Gal

         Art, n. XIX, Cataguases, ago.2002, p. 1-4.

       

·        Internet       

                 

 

             

           Contos, poemas e crônicas em:

 

 
 

 


MINIBIOBLIOGRAFIA

 

BARBOSA, Leila Maria Fonseca; RODRIGUES, Marisa Timponi. Letras da cidade. Juiz de Fora: Funalfa, 2002, p. 224-227.

 

CAGIANO, Ronaldo. Sobre a nossa condição. Estado de Minas, Belo Horizonte, 15 nov. 2003, Caderno Pensar, col. 1 a 3, p. 4.

 

______. Entre o real e imaginário. Hoje em dia, Distrito Federal, 21 a 27 dez. 2003, Caderno Brasília, col. 1 a 4, p. 4.

 

INHUDES, Beatriz. A sensibilidade nossa de cada dia. Tribuna de Minas, Juiz de Fora, 24 out. 2003, Caderno Dois, col. 1 a 5, p. 3.

 

PEREIRA, Édimo. Mulheres interditadas. Disponível em: www.armenguepress2.blogger.com.br  Ensaio apresentado no curso de Mestrado em Letras – Teoria de Literatura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em janeiro de 2004, no 3.º Módulo da Disciplina Literatura e Multiculturalismo : A  Literatura de Autoria Feminina e seu Comprometimento com a Redefinição da Identidade Feminina na Sociedade Ocidental.

 

PONTES, Hugo. Livros. Jornal da Cidade, Poços de Calda, 21 nov. 2003, col. 3 a 6, p. 9.

 

SANTOS, Manoel Hygino dos. De tintas e murmulhos. Hoje em Dia, Belo Horizonte, 12 mar. 2004.

 

 

TEXTOS ESTUDADOS 

 

·        2° vaguema. Analisado e estudado, em 1982, no curso de pós-graduação em

 Língua Portuguesa-Redação da PUC-MG pela doutora Maria Antonieta Cunha        (UFMG).   

Nota:

O poema constituiu leitura obrigatória no programa desenvolvido pela professora Maria Antonieta Cunha.

 

·        Historinha para ninar 70 anos. Estudado no curso de mestrado em Literatura Brasileira do CES (Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, MG) pela mestranda Alcione Abreu Olivieri, na disciplina Teorias contemporâneas da literatura brasileira: teorias do intertexto, ministrada pela doutora Francis Paulina Lopes da Silva (UFV).

·        Ressaca amorosa e outros textos. Estudados em artigo sobre a autora no suplemento cultural Gal Art. 2001.

 

HOMENAGEM RECEBIDA

 Em 2001, a secretaria de cultura de Cataguases, Minas Gerais, deu o nome de

Biblioteca Municipal Márcia Carrano a uma das bibliotecas locais.



 

 

CARRANO, Márcia.   Zero/Versus.  Juiz de Fora, MG: 1977.  56 p.   14x21 cm.  Impresso na Esdeva Empresa Gráfica S.A.  Col. A.M.  (EA)

Na “orelha do livro” J.S. GRADIM comenta os poemas da autora:  “Na Puresia II, ela se mostra cansada de todos os ismos e, numa tentativa de fuga, aceita apenas o ilhismo. / De fato, sua poesia é, no todo, uma tentativa de ultrapassar a materialidade do real, sem perder o contato

com a vida, fonte originária de toda a poesia.  /   Os poemas do Tempo Um poderiam denominar-se — Integração. Poder-se-ia dizer que o olhar do Poeta está sempre voltado para os misteriosos recantos da alma: talvez que a sua poesia, antes de ser expressão, seja um fenómeno agônico. Basta ler e reler Perplexidade, Barco-Marco, Passomorte.”

 

 

PASSOMORTE

 

são passos

lentos

estranhos

medrosos

sem a alegria

dos que vão a encontros

sem a pressa

dos que vão à vida

sem a certeza

dos que podem voltar.

 

são passos

dos que não querem chegar

dos que não querem andar

dos que não podem parar.

 

passos arrastados

desesperados

sem sentido

sem motivo

sem caminho de volta

se na volta já perderam

o que os levou nessa ida

que a morte provocou.

 

 

BARCO-MARCO

 

velho barco

não mais

que um arco

foi outrora

um traço

no azul

do mar.

 

agora marco

de sorrisos largos

no brincar

de roda

de moleques magros.

 

agora arco

não barco

a fitar

o mar

num olhar

de adeus.

 

 

PERPLEXIDADE

 

a paz agora

é paz de corpo

saciado'

descansado

aquietado.

 

paz estranha

incompleta

mas repleta

de perguntas

de porquês

de quereres.

 

paz agora

e depois ?

 

procura

mais procura

busca

e mais busca

não desta

mas da outra

paz total

paz final

completa

não repleta

de perguntas

de porquês

de quereres.

 

 

PURESIA II

 

cansaço de ismos:

 

enchem os ouvidos

entornam da boca

tolhem as mãos

no mais completo

misturismo.

 

modernismo

concretismo

praxismo

processismo.

 

impaludism.0.

abismo.

 

ilhismo

o único ismo

que ainda vai.

 

 

 

 

 

 



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