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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA MINEIRA
Coordenação de WILMAR SILVA


MARCELO DOLABELA

 

 

Nasceu em Lajinha-MG, 1957. Poeta & professor, autor de diversos livros, dentre eles Amônia, 1997, poeminhas & outros poemas, 1998,

Letrolatria, ( poemas visuais) 2000; e CACOGRAMA, 2001, CD de poemas

em co-autoria. 

Fonte: http://www.tanto.com.br/marcelodolabela.htm

 


Veja também: POESIA VISUAL de Marcelo Dolabela

 

 

 

BALANÇO DA DÉCADA

 

uma década tem mais de cem séculos

dez bilhões de vozes num único eco

mil e uma noites num mero segundo

poucos trilhões de silêncio num ponto

 

quanto se conta os átomos é ótimo

a hora fica interminável num átimo

não se chega nunca a nenhum lugar

e apenas se volta ao mesmo volume

 

um só dia tem bem mais de dez décadas

num rústico eco a maior biblioteca

da luz do segundo nenhum consenso

até quanto nos faltará silêncio

 

IN LE JUNGLE DE JUNG

 

eis a memória do mundo

o tempo morre

a cada segundo

 

eis a história da raça

o tempo nasce

quando passa

 

eis a glória da arte

o tempo vive

quando parte

 

 

A seguir, poemas extraídos da antologia A POESIA MINEIRA NO SÉCULO XX, org., introd. e notas de Assis Brasil. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1998.

 

        
            PRESUNTOS


         Sim, há bueiros sobre nossas cabeças
         e  cães ladram vadios no nosso intestino;
         cometemos todo crime, somos heróis:
         eis o que nos ensina a lei e o destino.

         Aprendemos a matar desde menino,
         no café da manhã, cortando o presunto:

         seguimos, à tarde, seremos bons heróis,
         que sabem saborear um bom defunto.

         Saibamos manejar cifras, colt, palavras,
         como um bom cidadão, sensato assassino;
         assim, teremos bueiros sobre a cabeça
         e vadios cães no nosso verde intestino.

         Um bom herói se faz desde bem menino,
         conhecendo suas leis e seu assunto,
         passeando sobre a cidade, bom herói,
         recebendo uma medalha por um defunto.

                                      (Radicais, 1985)

 

 

            A DESEJADA

         sim mais um dia sem as tua tardes,
         agora, sim, agora posso ver:
         se sofro, se minha dor não tem cofre,
         ao céu não serve a lágrima que choro.

        
talvez passarei antes de cessar
         a sombra do sol, o ombro do sofrer;
         se morro, se não sorvo mais os dias,
         as noites me servirão por prêmio.

        
quando o jamais chegar na madrugada,
         serei o irmão que não está por vir;
         rir talvez o jamais não poderá;

         e, na ausência de transitória ausência,
         tua mão reconduzirá o ausente,
         ao leito em que todos adormecemos.

                            (Amônia, 1997)


        

 

DOLABELA, Marcelo.  Amônia.  Belo Horizonte: Associação Cultural Pandora, 1997.  30 p.  (Coleção Poesia Orbital, 38)  1,5x17 cm.   Projeto gráfico e capa: Glória Campos – Mangá. Ilustração da capa: Ofélia, de John Everett Millais.  Col. A.M.  (EA

 

 

 

DELÍRIO URBANO N. 4.  Natal, RN: Sebo Vermelho Edições, 2014.  S.p.  21x30 cm   Capa: Jota Medeiros.  Editor: Abimael Silva. Reprodução fac-similar de números da revista desde julho de 1985.  Tiragem: 500 exs.  



 

 

 

Página publicada em janeiro de 2009. ampliada e republicada em setembro de 2013. Ampliada e republicada em janeiro de 2015


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