Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fotógrafo: Marco Carvalho

 

LUIZ EDMUNDO ALVES

 

 

Nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 21 de julho de 1959. Vive em Belo Horizonte desde 1974, onde formou-se em Psicologia. Publicou os livros de poesia: Entre outras coisas, 1981; Metropolitano aloucado, 1983; Sopro, 1990; Na contra luz, Anone Livros, 2OO2 e, pela mesma editora, Fotogramas de Agosto, sem data de publicação, de onde extraímos os seguintes poemas (fragmentos).

 

Trabalha como videomaker e é editor do site de literatura Tanto www.tanto.com.br

 

 

(...)

 

congado, samba. maracatu.

Brasil auriverdianil.

eu lhe reconheço único e insolúvel

desde minha infância azul.

eu, lutador, quis ser macunaíma, e

banhar-me em 16 milhões de cores.

bebo o caldo grosso da cultura,

aprendo a estetização da violência,

lambo com os olhos a

carnavalização da estética,

a apologia do nada, e leio em minha

pele a poesia da dor desmesurada.

 

 


***

 

lá vem ele

o herói da nação:

sorriso perolado

vitórias e patriotadas

moedas de ouro e

namoradas.

lá vem ele,

na capa

no pôster

na esquina

no rótulo

a bordo do bólido

no rolar da bola

no direto de esquerda.

ele

o cintilante

menino suburbano

maravilha da raça.

rei. ei ei ei.

ei nosso rei!

 

***

 

 

 

 

muita coisa que interessa

está nas origens da nação:

petulâncias, revoltas

movimentos sensuais

medos vindos d´áfrica

condimentos picantes

feitiço, fetiche,

molejo, moléstias

dengo,

dendê,

mucama,

munguzá.

êêhhh êêhh

nação de xangô.

 

 

***

 

 

canonizemos

 

canonizemos glauber cássia eller cazuza

ana cristina césar paulo leminsky tim maia

Renato russo Torquato neto raul seixas cacaso

mamonas assassinas elis regina gonzaguinha

todos santos seres rebeldes no altar iluminado

da santa transgressão. rezemos por eles.

rezemos também por nós, por nossa vontade

de pecar andar amar beijar cantar falar viajar

lutar namorar sonhar

criar como ar, o ar rarefeito da existência.

anseio e memória: ar, arte.

o destino não tem senhor. e desconfiemos...

 

 

 

minha saudade já não me afasta

de minha alegria,

não me infecciona mais

a válvula mitral,

e balança embalada pela

brisa mansa de agosto.

não amarga,

não está paginada nem dividida

é saudade adquirida.

 

minha saudade já consegue ser meu poema,

meu rosto calmo, ser capítulo de minha história.

estou sozificado, falta meu sofrimento.

sobram sua falta e minha memória.

 

 

***

 

minha saudade vive suspensa,

orbita pelo céu dos afetos

apagou apego, medo, solidão.

tem motivos pra ser só saudade e

é saudade até na extremidade.

saudade do s ao e,

e esclarece-se quando

comigo não se aprece,

quando me esquece.

 

 

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE. Número 35 – Ano 17 – 2010.   Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, 2010. Editor Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         I

         quando estou aqui tão só e percebo
         que aqui é um lugar de solidão,
         quando os bem-te-vis cantam e
         me sinto prisioneiro,
         quando aqui tantas vezes desejei
         algum corpo, alguma voz e
         muitas vezes me servi do silêncio e
         da imaginação. meu pulmão aqui.
         meu castelo, minhas costela aqui.
         aqui meu desterro, minha questões,
         eu aqui, bem longe de mim.

 

         II

        tenho uma
       
memória nos olhos,
         que às vezes ativa-se
         com uma cor, agora
         estou ativado pela amarelo,
         um pouco alternativo entre o
         verde e o vermelho,
         um vento de outono sopra e
         amarela-me com o passado.
         associo o amarelo a um
         estado de medo.  ou a uma flora,
         todas as flores amarelas,
         amarelas, todas as recordações.
         agora estou amarelo
         duvidoso
         esquecido
         inexistente

 

         III

        tateio, tento entender o mundo
        pelas pontas dos dedos, quero
        agarrar coisas com meus dedos,
        reter ou acelerar as horas e,
        mais que entender o mundo,
        copiar a estampa de sua pele
        memorizar a estampa de sua pele
        pra depois compor
        minha fantasia
        meu poema
        meu amor

 

 

 

Página publicada em março de 2008. Ampliada em setembro de 2018



Voltar para o Topo da Página Voltar para a Página de Minas Gerais

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar