KADU MAUAD
Kadu é compositor, músico, instrumento violão. Iniciou seus estudos por Teoria Musical com César Tabet, e Violão Erudito com Paulo Murilo, na Scala Escola de Música; estudou Harmonia Funcional com Dudu Lima e fez, ainda, oficina de Choro na Sala Funarte Sidney Miller/RJ. É compositor de Música Popular Brasileira, desde 2002, tendo aproximadamente 101 canções, solo ou em parceria com nomes como Hermínio Bello de Carvalho, Roger Resende, Lucas Soares, entre outros. Em 2011, teve a música "No Último Pé do Pomar", parceria com Wilson Teixeira, vencedora no 18º Festival de MPB Certame da Canção, de Tatuí/SP. Em 2012, lançou seu primeiro álbum, Avatar, pela Lei Murilo Mendes. Escritor de Poesia desde 1994, é autor do livro “Canto na Madrugada”, produzido pela Lei Murilo Mendes/PJF, Edição 2006, editora 7 Letras. Escritor de Prosa, foi premiado no concurso “Nossa Gente, Nossas Letras” – Homenagem a Carlos Drummond de Andrade, com a crônica “Perspectiva”; editora Record, edição especial. Em eng.musicaminas.com/
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MAUAD, Kadu. Canto da madrugada. Rio de Janeiro: 7Letras; Juz de Fora, MG: FUNALFA, 2007. 64 p. 14x21 cm. Ilustração da capa: Mário Tarcitano. ISBN 978-85-7577-369-7 “ Kadu Mauad “ Ex. bibl. Antonio Miranda
Maldita tristeza
ao amigo Hennínio Bello de Carvalho
A sabedoria que o homem leva consigo
Não o faz acumular riquezas tais,
Pois vale mais um terno ombro amigo,
A confissões bêbadas e banais.
Salto do bonde em Santa Teresa
E o que me sobra de certeza
E sentar à mesa e bebericar minhas mágoas
Até que o sol amanheça.
E sem exagerar na dose lembro de um amor
Numa grande dor de posse...
Noto em teus cabelos brancos
O azulecer das telhas coloniais,
Mas fora apenas um simples encanto...
Adentrar sob a lona azul dos umbrais.
E ao descer do morro
Não é que eu deixe o passado pra trás.
Mas, ë que enterro de vez esta maldita tristeza..
De alguém que sonhou, sonhou demais.
São João Nepomuceno,
29 de julho de 2002
Canto desvairado
Um coração boia no peito
Feito e desfeito por um crédulo
Que desencorajado foge
Para as sombras de uma árvore
Que se chama solidão.
Dreno de dentro dos meus olhos
Aguardente das minhas lágrimas,
Para o leito dos meus lábios
Desaguaram sob as lástimas
De um semblante cururu.
Ouve um canto desvairado,
Lastimoso e um tanto sádico.
Não se sabe se é um gargalho
Ou choro-drama meio pândego
De um pássaro frangalho.
Juiz de Fora, 3 de agosto de 2002
Página publicada em julho de 2014
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