Fragmento de biografia e foto: papocultura.com.br
JOSÉ DE CASTRO
José de Castro é mineiro-potiguar nascido em Resplendor-MG. Veio para Natal em 1976. Em 2015, recebeu o título honorífico de cidadão natalense. Jornalista, escritor e poeta. Mestre em Tecnologia da Educação. Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN – SPVA/RN e faz parte do conselho consultivo da União Brasileira de Escritores – UBE/RN. É também membro correspondente da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – ALACIB, de Mariana/MG. É Cônsul da Poesia de Parnamirim, nomeado pelo Movimento Poetas Del Mundo.
Foi professor da UFRN e diretor da TV Universitária. Estreou na literatura infantil em 2002 com o livro ‘A Marreca de Rebeca’, pela editora Paulus/SP. Tem 12 livros publicados, entre infantis, infantojuvenis e para adultos.
Reside no litoral do Espírito Santo onde continua escrevendo seus versos.
IMAGENS LITERÁRIAS: a realidade e o sonho. Antologia 2020 – UBE – PB: autores paraibanos e convidados. Poesia – Contos – Crônicas – Artigos. Organizadores: Ana Isabel de Souza Leão – José Edmilson Rodrigues – Luiz Augusto Paiva. Itabuna, Bahia: Mondrongo, 2020. 224 p. 13,5 x 23 cm.
ISBN 978-65- 86124-22-4 Obra publicada sob a chancela da União Brasileira de Escritores – UBE, Subseção da Paraíba. Ex, bibl. de
Antonio Miranda.
APENAS PALAVRAS
Apenas palavras me barulham por dentro,
me baralham e me bailam,
me embalam e em mim se calam.
Meu casulo, minha clausura,
é o verbo cela onde habito,
onde falo, onde calo o meu grito.
Grave escrita breve me agrava.
Corta-me o poema feito espada,
feito faca, adaga, fado de letra torta.
Verso leve me degreda e me condena
a ser escravos das palavras que me escrevem.
SONETO DA SAUDADE
A tarde morna e lerda aos poucos cai
e meu pensamento vaga sem rumo.
Vem saudade e de tri destila o sumo,
triste sentimento no ar se esvai.
Emoção forte e pura sobressai
neste peito que hesita e perde o prumo.
Nas lembranças, aos poucos, me consumo,
feito a tarde tristonha que se vai.
Vem a noite com seu escuro manto.
Quem dera pudesse inda hoje vê-la.
Madrugada, solidão, acalanto.
Em silêncio, derramo este meu pranto.
Da janela, penso-te aquela estrela
que tem da luz o mais sublime encanto.
CAFÉ DA MANHÃ
Uma gota de sol
pinga no meu
café da manhã.
Sinto o aroma
de estrela dormida
em berços de luz.
Abro meu sorriso
e bebo o dia
num gole só.
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ANTOLOGIA POETRIX , 5 / organizador Goulart Gomes. São Paulo: Scortecci, 2017. ISBN 978-85-366-5212-2
Ex. biblioteca de ANTONIO MIRANDA
[ O POETRIX é terceto contemporâneo de temática livre, com título e um máximo de trinta sílabas. Proposto, inicialmente, como uma evidente alternativo do HAIKAI, mantendo sua forma em tercetos mas subvertendo o seu conteúdo, ao admitir título, rimas, figuras de linguagem e um maior número de sílabas. Maiores informações sobre a sua estrutura, podem ser lidas no BULA POETRIX, no site www.movimentopoetrix.com.br ]
CASCATA
Por trás da máscara,
outra máscara
mascara a cara.
TRIUNVIRATO
Olho gordo,
visão magra,
inveja cega.
CANTO DE SEREIA
Ao longe,
triste lamento.
Aprisiona-me a voz do vento.
PÃO DURO
Aprendeu Braille
pra ler
no escuro.
APÍCOLA
Abelha no céu
fabrica
lua-de-mel?
VEJA SÓ
O espanador de vovó,
de tão velho,
virou pó.
VOYEUR
Lua indecente
nua
no quarto-crescente.
CONJUGAR
Vá quimera:
mais que perfeito
eu te quisera...
COLHEITA
Na pétala da rosa
uma lágrima
intacta de luz.
ESPELHOS
No teu rosto cálido
dois olhos lúcidos
me contemplam pálido.
SAUDADE
Areias da distância,
dunas de saudade,
desertos em meu coração.
DIETA BALANÇA
Peso?
Jamais
qui-lo!
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Página ampliada e republicada em fevereiro de 2024.
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Página publicada em fevereiro de 2021
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