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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

JOÃO NEPOMUCENO KUBITSCHEK

 

João Nepomuceno Kubitschek nasceu em Diamantina, Estado de Minas Gerais, no ano de 1843, filho de João Kubitschek e Teresa Maria de Jesus. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, era professor de francês no Externato Diamantinense .

Filho do imigrante tcheco, João Nepomuceno Kubitschek subscrevera, em 1897, como Vice -Presidente de Minas Gerais, a ata de transferência da capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte.

 

João Nepomuceno Kubitschek faleceu em Belo Horizonte, de pneumonia em 1899, sendo então diretor da imprensa oficial.

 

Ler mais: http://contosdediamantina.webnode.pt/news/jo%C3%A3o%20kubitschek%20e%20outros/

 

OLIVEIRA, Alberto dePáginas de ouro da poesia brasileira. Rio de Janeiro: H Garnier, Livreiro-Editor, 1911.   420 p.  12x18 cm Ex. bibl. Antonio Miranda

Inclui os poetas: Frei José de Santa Rita Durão, Claudio Manuel da Costa, José Basílio da Gama, Thomas Antonio Gonzaga, Ignacio José de Alvarenga Peixoto, Manoel Ignacio da Silva Alvarenga, José Bonifacio de Andrada e Silva, Bento de Figuieredo Tenreiro Aranha, Domingos Borges de Barros, Candido José de Araujo Vianna, Antonio Peregfrino Maciel Monteiro, Manoel de Araujo Porto Alere, Domingos José Gonçalves de Magalhães, José Maria do Amaral, Antonio Gonçalves Dias, Bernardo Joaquim da Silva Guimarãaes, Francisco Octaviano de Almeida Rosa, Laurindo José da Silva Rabello, José Bonifacio de Andrada e Silva, Aureliano José Lessa, Manoel Antonio Alvares de Azevedo, Luiz José Junqueira Freire, José de Moraes Silva, José Alexandre Teixeira de Mello, Luiz Delfino dos Santos, Casemiro José Marques de Abreu, Bruno Henrique de Almeida Seabra, Pedro Luiz Pereira de Souza, Tobias Barreto de Menezes, Joaquim Maria Machado de Assis, Luz Nicolao Fagundes Varella, João Julio dos Santos, João Nepomuceno Kubitschek, Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, Antonio de Castro Alves, Luiz de Sousa Monteiro de Barros, Manoel Ramos da Costa, José Ezequiel Freire, Lucio Drumond Furtado de Mendonça, Francisco Antonio de Carvalho Junior, Arthur Narantino Gonçalves Azevedim Theophilo Dias de Mesquita, Adelino Fontoura, Antonio Valentim da Costa Magalhães, Sebastião Cicero de Guimarães Passos, Pedro
Rabello e João Antonio de Azevedo Cruz.   

 

 

EURICO

Hermengarda ! ousei amai-a
De Favilla a nobre filha,
Das Hespanhas maravilha,
Mimoso esmero dos céus !
Ousei construir-lhe um templo
De adoração na minh'alma,
Sonhei a vida tão calma,
Vendo o céu nos olhos seus!

Quem era eu p'ra tão alto
Erguer meu amor ardente?
Era um tyuphado valente,
Um gardingo, nada mais !
Na raça dos meus não tinha
Priscos brazões de nobreza,
Não tinha tanta riqueza
Como os cofres de seus paes.

O orgulho e a ambição se ergueram
Entre nós — muro gigante !
Quem pôde transpol-o ovante?
O leão rugiu de dor.
Entre nós abriu-se a fauce
De immenso abysmo sem fundo :
 De um lado, os homens, o mundo;
De outro lado, o nosso amor!

Era impossivel! Que importa
Tivesse eu affectos santos,
Como o diziam meus prantos,
Minhas lagrimas de fel?
Das espheras diamantinas,
Do céu azul da ventura,
Despenhei-me á noite escura,
Como o archanjo revel.

Nunca da virgem o amiculo
Beijará meu lábio ardente;
Sua alma pura, innocente,
Não me dará um sorrir;
Nunca a benção do presbytero
Ligará nossos destinos;
Do noivado os santos hymnos
No templo não hei de ouvir !

Nunca! Flamma dos infernos
Que a flôr da esperança abrasa;
Estylete agudo em brasa
Nas fibras do coração;
Nuvem prenhe de tormentas
Hyena que despedaça
Minha mais bella illusão!

Fugi dos homens ! No claustro
Fui chorar minha desdita;
A' santa Virgem bemdita
Fui pedir consolações;
Quiz de mim próprio exilar-me,
Exilando-me do mundo,
Do olvido arrojar ao fundo
Do passado as affiicções.

E o céu na profunda chaga
Doce bálsamo vertia;
Serena melancolia
Pairou no servo da cruz;
E dos meus lábios brotaram
Cânticos pios, suaves,
Que reboaram nas naves. D
as cathedraes de Jesus.

Depois... travou-se o conflito
Entre Deus e a imagem linda,
Porque no meu peito ainda
Não se extinguira a paixão :
Ora a razão imperando
Na consciência — Deus — bradava,
Ora em delírios clamava
Hermengarda o coração.

Em vão entre mim e o mundo
Ergui a immensa barreira,
E do templo na soleira
Lhe disse um eterno adeus;
Toda vestida de encantos,
Vinha a imagem da donzella
Sorrir-me na erma cella,
Qual mensageira dos céus.

Eil-a — do cair das tardes
Nos coloridos vapores,
Da aurora nos resplendores,
Na branda luz do luar,
Na hóstia do sacrificio,
Nas flôres ao pé das cruzes,
Dos bentos cirios nas luzes,
Nos ornamentos do altar.

Dizei, virações nocturnas,
Esta historia de agonias,
Do Calpe nas penedias,
Na mais funda solidão !
Que não chegue ao mundo um écho
Deste amor que me acompanha,
Que como bronzea montanha,
Me pesa no coração.

Cala estas dôres, minh'alma...
A serpente do deserto
Já dispara o bote certo
E ensanguenta o chão natal;
Sobre um montão de ruínas
Campêa altivo o Crescente,
Por onde avança a torrente
Surgem os genios do mal.

E tu, bella Hespanha ! o louvo,
Colhido ao sol das victorias,
Emblema das tuas glorias,
Te vae da fronte cair ?
Na espúria raça de hoje
Não tens mais valentes filhos,
Que accendam de novo os brilhos
Da estrella do teu porvir?

Como tigres da vingança,
Teus soldados não mais rugem?
Embotou a vil ferrugem
Os gládios da nobre grey?
Não é mais fouce de morte
O frankisk do wisigodo?
Não provaram-lhe o denodo
As águias do povo-rei?

Silencio ! O vento do norte
Lá passa em busca dos mates!
Silencio ! Echôou nos ares
Um grito de maldicção !
E' o Cesar das montanhas,
E' o Pelayo, acceso em fúrias,
Na caverna das Astúrias
Bramindo como um leão !

Também no horror dos combates
Eu fui um soldado forte,
Semeei o estrago, a morte,
Como um raio vingador :
Pela armadura de ferro
Troquei a strynge sagrada,
Pela bórda ensanguentada
Meu cajado de pastor.

E as hostes fugiam lividas
Deante do meu aspeito...
Nem uma flecha meu peito
Não veio rasgar sequer!
E ainda no cahos revolto
Dessas guerreiras phalanges,
No afuzilar dos alfanges
Tu me sorrias, mulher!

Disseste-me um dia a historia
De teus infantis amores...
Porque orvalhaste flores
Que não podiam viçar?
Fundir minh'alma na tua
Em cadeia indestructivel...
Oh ! nunca ! nunca ! impossivel!
Entre nós está o altar!

O' Deus ! do abysmo do nada
Porque meu ser arrancaste?
Porque no mundo o atiraste,
Como em funesta prisão?
Que um' alma christã não possa
Apagar da vida o lume,
Enterrar de um ferro o gume
Bem fundo no coração !..

 

 

Página publicada em novembro de 2017


 

 

 
 
 
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