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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOÃO ALPHONSUS

(1901-1944)

 

João Alphonsus de Guimarães (Conceição do Mato Dentro, 6 de abril de 1901 — Belo Horizonte, 24 de maio de 1944) foi um advogado, jornalista, contista e poeta modernista brasileiro. Era o terceiro filho do grande poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens. Foi um dos nomes importantes do Modernismo e contemporâneo de Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura, Pedro Nava e outros que foram seus amigos no Diário de Minas.

Iniciou seus estudos em Mariana e, aos 17 anos, se mudou para Belo Horizonte, onde se finalizou a graduação em Direito. Foi Promotor de Justiça e Procurador-Geral do Estado.

Publicou seus primeiros poemas na revista Fon-Fon, em 1918. Em 1925, fundou a revista Verde em parceria com Antônio Mendes e outros companheiros. Influenciado pelo simbolismo, inicialmente escrevia somente poemas. Em contato com o modernismo, passou a escrever romances e contos, incorporando a fala coloquial e neologismos.

Recebeu o prêmio Machado de Assis com o romance Totônio Pacheco, em 1934; o Prêmio da Academia Brasileira de Letras pelo romance Rola-Moça (1938); e quando publicou o romance Pesca da Baleia tornou-se membro da Academia.

João Alphonsus faleceu no Rio de Janeiro em 24 de maio de 1944.
Fonte: wikipedia

 

          CANÇÃO SOBRE O MESMO TEMA ANTIGO
         
          E
ram cinco donzelas.
          Queriam todas me adorar.
          Mas não adorei nenhuma delas.
          Oh, elas
          Queriam todas me adorar.

          Eram cinco donzelas.
          Queriam todas me abraçar.
          Mas não abracei nenhuma delas.
          Oh, elas
          Queriam todas me abraçar.

          Eram cinco donzelas.
          Queriam todas me beijar.
          Não beijei nenhuma delas,
          Oh, elas
          Queriam todas me beijar.

          Eram cinco donzelas.
          Queriam todas me matar.
          Mas não matei nenhuma delas,
          Oh, elas
          Queriam todas me matar.

          Eram cinco donzelas.
          Queriam todas me desprezar.
          Mas eu amei a todas elas,
          Oh, elas
          Queriam todas me desprezar.

                                                           (9-8-1929)

 

         GLOSA

          Alô, alô, Eleita!
          Virgem sempre desvirginada e sempre virgem.
          Estrela distante, astro erradio, espírito das ondas.
          Alô, alô, Eleita.

          Procrastinada, procastinadora.
          Convite às aventuras imperdoáveis.
          Alô, alô, Eleita!
          Silêncio no murmúrio das águas que correrão eternamente
          Em todos os mundos que se criarem, Eleita.
          Fruto da sombra, promessa do sonho, hóstia da salvação
                                                                               inatingida
          Clarão da lua nos grandes mares, sereia dos mares revoltos.
          Seios que o tempo vai abaixando e apontando pra o chão dos
                                                                               mortos,
          Poeira que o vento trouxe dos cemitérios para as ruas.
          Raça de chorões, raça de tristes, de inconsequentes, Eleita!
          Nossa Senhora da Candeia passando uma vez por ano com
                    sua velinha dentro do Limbo dos não batizados,
          Pêndula do relógio do Inferno batendo para-sempre-nunca                                     -mais,
          Coro dos querubins da abóboda infinita,
          Glória dos sóis infinitos infinitamente multiplicados,
          Eternamente procrastinada,
          Eternamente procastinadora,
          Alô, alô, Eleita!

                                                 (1939)



 
          EM MEMÓRIA DE UM QUALQUER
         
         
Terminou a vida. Mais nada nem ninguém.
          Mas esta voz melodiosa de onde?
          E este silêncio que canta por sobre todos os fins.
          Terminou a vida. A vida ficou.

          Pisa de leve, que a terra vai florir feito uma benção.

          Pisa com amor, porque os mortos estão debaixo da terra,
          Aos pares, aos grupos, rilhando os dentes, tremendo de frio,
          No lodo das chuvas, na poeira das ruas. Pisa de leve.

          De leve sim, com a resolução do desespero.
          Sei lá! Mesmo talvez com cinismo. E um passo adiante.
          O noctâmbulo que penetra de súbito numa rua sombria
          Não sente mais frio nem calor do que na rua iluminada,
          Mas a alma pode se confranger no mistério subitâneo.
          Irmão da sombra, essência da sombra. Um passo adiante.

          O mistério banal que nasce das esquinas escuras.
          O sujeito pode querer garantir os níqueis que tem no bolso.
          Pode querer garantir sua alma contra o pecado.
          Pode assoviar baixinho para romper o silêncio e a sombra.
          Pode mesmo cantar qualquer canção de infância.
          Braços maternais que o apertaram bastante.
          E uma voz que vem de longe, e uma voz que vem de longe,
          Sem começo nem fim.
          Terminou a vida.

                                                 26-7.1937.

 

Extraído de POESIA SEMPRE, Número 36, Ano 18/2012:

 

TOADA À TOA

O diabo é que a vida
Nem sempre porém...
Toada da onda
Que vai e que vem.

Mas da onda de onde?
Até nem sei bem...
Ora bolas! Da onda
Que vai e que vem.

 

Página publicada em julho de 2015

 

 


 

 

 
 
 
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