GILVAN P. RIBEIRO
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1969), mestrado em Letras: Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2002) e Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (2008). Atualmente é professor associado 2 da Universidade Federal de Juiz de Fora. [Supostamente, trata-se da biografia do autor... salvo engano...]
Informações coletadas do Lattes em 21/10/2019, publicadas no https://www.escavador.com/
Encontramos à venda o livro “Caminhante Noturno” de Gilvan P. Ribeiro, na ESTANTE VIRTUAL, cadastrado em 2018.
Ver o poema extraído de
POESIA... [edição mimeografada]
Uma série de edições do folheto “POESIA” impresso em mimeógrafo. Encontramos doze exemplares em um velho arquivo na biblioteca particular de Antonio Miranda... Foram editados em 1976 e 1977, com 4 a 6 páginas cada um... Nenhuma informação sobre a procedência, nem dos editores...
Só encontramos esta
“A sensibilidade poética foi o fio condutor que reuniu, inicialmente, Gilvan P. Ribeiro e o saudoso José Henrique da Cruz (1957 – 2003) na articulação do folheto Poesia, em 1976, já na Universidade Federal de Juiz de Fora, após os sete primeiros exemplares terem sido editados com o apoio do Colégio Magister, em 1975.”
Fonte: https://jornalggn.com.br/
Vamos copiar e reproduzir alguns dos poemas aqui no nosso Portal, autor por autor...
POEMAS de GILVAN P. RIBEIRO:
POEMA ESQUERDO
À ponta esquerda, o lado aberto,
o poeta contempla a mesa, os comensais:
o mar se abre à frente
feito de bocas e compotas
gravatas de Itália e tortas
peixes, conchas de ouro e joias.
Um cavalo marinho (infantil
fascinação do poeta, a persistir)
espera plantado na ausência de pernas
para leva-lo em voo com uma espada
ceifando sorrisos e espartilhos
refletidos na mesa de cristal.
O lado esquerdo aberto
irmana o poeta à faca.
GILVAN P. RIBEIRO
TRANSCENDÊNCIA I
Pela janela, meio aberta,
o morro vai entrando, devagar.
Os olhos do poeta, curvos de impotência
cruzam o espaço que separa
esta fome da outra, tão conforme.
Há sons de luzes e brilhos de vozes,
há o roncar de motores e esperança.
Num latido alerta um cão semeia o pânico.
O poeta, vazio de voos e outras viagens,
come a própria solidão e enterrado no morro
lamenta que seus dentes não sejam de chumbo.
GILVAN P. RIBEIRO
H A B E A S C O R P U S
Velha,
sábia figura
de um vaso chinês
disse
lábia escura,
ou roteiro, talvez;
suponha que
foi apenas um sonho,
um sonho ruim
que acabou.
— Mas, então,
respondo,
eu lamentaria
ter dormido.
GILVAN P. RIBEIRO
A PERNA
Distendida à esquerda do poeta
a perna abriga sons de brigas e caçadas.
Corneta avessa a perna atraí
pelos que se tece em suas veias e pruridos.
Não pelo que a perna é, assim disposta,
entrelaçadas fibras e penugens.
GILVAN P. RIBEIRO
METÁFORA
Incerto ente uma
e todas as palavras,
o poeta se vê apaixonado,
ou melhor, aprisionado,
como um peixe, fascinado
pelo brilho do sol
na ponta do anzol.
GILVAN P. RIBEIRO
Página publicada em novembro de 2019
|