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FRANCESCO NAPOLI
Poeta, compositor, guitarrista, pesquisador e professor de filosofia e história da arte. Integra o projeto de performance biosonora neonão, o grupo de música de invenção zanzaza, o grupo de música cexperimental borTam. Apresentador do programa tropofonia, ráfio ufmg educativa. Tem um liv rfo d poemas publicado sobre alguma coisa, sobre coisa alguma ou meta poesia sem meta. Edita o blog de experimentação poética fanzinezat.zip.net.
De
Francesco Napoli
Árvore em V
Belo Horizonte: Anome Livros, 2011. 124 p.
(Coleção aatopiaa, 4) Inclui CD
ouso mentir
ou somente ir
de encontro ao devir
ou sou eu o outro
que perdi dentro de mim
ou o outro na saída
emergindo em latência
indo em boa hora
nessa ida de emergência
*
e posso poder poder
posso querer querer
quero poder querer
quero fazer valer
faço valer o querer
quero o que quero e sei
o que quero sério sério
será mistério o que quero
outono
digo outro
ou outono
nem inverno nem verão
nem firo nem calor
nem senti
sua ausência
ou sim chorei bem
outra vez
mas foi fácil
ou passou despercebido
outro ato distraído
tudo por um triz
outra vez
nem calor nem frio
tudo limbo
ou outono
outra vez
POESIA SEMPRE. Ano 17 / Número 35. 2000 Número 3 — 2000. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro, Fundação Bibioteca Nacional, Ministério da Cultura, 2000. Ex. bibl. Antonio Miranda.
ninguém
nenhum assunto
ninguém em mim
pensa mais em você
não há mais o que dizer
nada em cada palavra tem
ninguém
em mim pensa mais
nenhum gesto resta
nenhum resto
nem o que te digo agora
já foi a sua hora
ninguém
em mim é seu
sou somente eu
plástico
para Wilmar Silva
Plutão é de plástico
Platão é de plástico
a razão é de plástico
o amor é de plástico
o tempo é elástico
ti co
te conto segredos
te coloco medos
ti co
te colo no enredo
escapa entre os dedos
um assunto fantástico
um engano ledo
um brinquedo de plástico
ti co
outono
digo outro
ou outono
nem inverno nem verão
nem frio nem calor
nem senti
sua ausência
ou sim chorei bem
outra vez
mas foi fácil
ou passou despercebido
outro ato distraído
tudo por um triz
outra vez
nem calor nem frio
tudo limbo
ou outono
outra vez
1ª. BIENAL DO B – A POESIA NA RUA. 26 a 28 de Setembro de 2012. Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col. 17x25 cm.
sou também o osso
e uma goela estridente
mastigo o caroço e a semente
e cuspo no fundo do poço
e toda aquela gente
que me viu ainda moço
hoje é diferente
aqui, no fundo do poço
ouço tudo daqui e digo
o eco de meus latidos
sou o herói que foi vencido
sou o quer teria sido
e não me venham com entrelinhas
minha sina eu não sigo
digo tudo na lata
não escrevo um artigo
sou a voz sensata
sou o dito e não dito
vou pra além do infinito
P
Página publicada em junho de 2011; ampliada e republicada em setembro de 2018
ágina ampliada em novembro de 2020
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