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FAGUNDES DE OLIVEIRA
Nasceu em Campina Verde (MG), em 15 de junho de 1935.
Dipl. em Letras (Línguas Neolatinas).
Professor, militar, funcionário público, tribuno, conferencista. Veio para Brasília em 1975. Colab. em periódicos. Pert. à Academia de Letras de Brasília, à Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal (presidente), à Academia Maçônica de Letras do Brasil (presidente), à Academia Maçônica Internacional de Letras, à Academia dos Poetas de Minas Gerais (presidente), à Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, ao Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, à Casa do Poeta Brasileiro/DF, à Associação Nacional de Escritores, entre outras instituições culturais.
Bibl.: Horas preciosas, 1964; Constelação de ideias, 1970; Curso de poesia, 1970; Grande Oriente do Brasil, 1992; Cantigas de tempo novo, 1993; Luz de cabeceira, 2005, Lirismo, 2005; Lira das auras, 2017; Relicário, 2018 e várias outras obras.
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL Ano XI, N. 8, Brasília , 2017.
PRECE NATALÍCIA A BRASÍLIA
Salve, Brasília!
Aragem de esplendor e melodia, na grandeza Tempo e Espaço.
Encruzilhada do passado e do futuro, saudando a imensidão
Nas asas do condor.
Busca um sentimento inabalável, saudando a fé
Em tempo de oração.
Salve, Brasília!
Espaço maior, glória infinita, beleza na expressão singular
De uma existência alvissareira.
Encruzilhada do passado e do futuro, saudando a paz
Em tempo de bondade.
Mensagem de progresso da Pátria Brasileira, com cheiro de amor
E gosto de saudade.
Salve, Brasília!
Canção buscada na altivez dos tempos, de todos os momentos.
Amor sem dimensão, beleza sem limites, retrato iluminado
De uma raça arrojada,
Que não queda e não para e que vive feliz.
Colosso imensurável de grandeza mais fim,
No canto do poeta a imagem do País.
Salve, Brasília!
Sacrossanto pavilhão, símbolo de um povo arrojado,
Que ama e tem fé e batalha — alma alvissareira.
Sentimento imaculado de esperança eterna
Na grandeza da Pátria;
Capital brasileira.
Salve, Brasília!
Gigante perolário, na tua juventude, no teu aniversário,
Nós te saudamos com fé e humildade, trabalho e muito amor.
Templo de bondade, de busca interior;
Humana, fraterna, justa e perfeita,
Cidade universal, glória do Senhor.
Salve, Brasília!...
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Extraídas das páginas 74/75 do livro Cantigas de Tempo Novo.
Brasília, 1993.
COLETÂNEA 2020. Série Coletâneas da Academia. Brasília, DF: Academia de Letras de Brasília, 2020. 107 p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
DIMENSÃO
Espera um pouco mais, o dia já amanhece,
Lá afora a vida é nova, o mundo é de alegria.
O embalo da alvorada traz um novo dia
De encantos e virtudes, ao fulgor da prece.
Desperta para a vida, é tempo de quermesse,
Promessa em doce encanto, arroubos de magia
Que pulsam de esperança como a poesia,
Que cura o sentimento e a vida resplandece.
Espera um pouco mais, o amor não tem fatiga,
Somente recupera a dor na solidão
Que existe acumulada, se a esperança é antiga.
Ao gosto desta espera há uma ilusão de dor
Vivida com saudade, em toda a dimensão
Que possa ser verdade quando existe amor.
ALÇA TEU VOO...
Alça teu voo e alcança a imensidão
Quando o mundo é tão pequeno ao teu redor,
Sem medo de cair, pois o pior
É não poder gozar a vastidão.
Alça teu voo, é pura diversão
Vagar no espaço, assim num voo maior
Que o resultado tem sabor melhor.
Que tudo que existir na solidão.
Então, depois de uma esperança nova,
Retrato colorido, de ninar,
Desperta a simpatia pela alcova;
E no desejo de voar somente,
Olha para dentro, para o verbo amar,
Que o mundo ao teu redor é belo e ardente.
VISÃO
De gota em gota as águas vão descendo,
Rompendo as cordilheiras mais bravias,
Deixam saudades de razões vadias,
Enquanto tudo vai acontecendo.
Respingam na lembrança padecendo
As desventuras naturais, sadias
Da natureza peregrina, orgias
Apagam, desventuras vão morrendo
O encanto de correr pelas jornadas
Da vida, à dimensão da natureza,
Registra o ardor feliz das madrugadas.
É assim, deitado o sentimento seu,
Conduz o poeta à luz da correnteza
Sentindo a sorte do seu próprio eu.
SONHO
Eu sonhei, nesta noite mal dormida,
Um sonho mal sonhado, diferente
De tudo que alcancei sonhar, ingente,
Com gosto de chegada sem partida.
Um sonho deletério, percorrida
A caminhada, uma ilusão somente,
Na busca de encontrar uma semente
Que despertasse amor a nova vida.
Desperto da amargura mal sonhada,
Com a força da vontade de seguir,
Deixei para traz o gosto da alvorada.
Foi no sonho sonhado que encontrei
O caminho pra vida prosseguir,
Vivido agora, logo que acordei.
MEDITABUNDO
A tarde desce sonolenta e fria,
De uma lembrança que esquecer jamais.
Suspiram na distância ardentes ais
De uma canção de amar, que melodia
Que adentra n´alma pelo meio dia
E faz crescer a fé dos imortais,
Sem medo de ter medo, geniais
Encantos de saudade assim vadia.
Desperta para o mundo o sentimento
De acompanhar a fé que não medeia,
Instante do passado, num momento.
Arrojo de esperança e de saudade
Nas curvas do caminho que semeia.
Conquista alvissareira sem maldade.
O AMOR RESISTE...
O tempo de pensar nos ascendeu
A luz do pensamento refletido
Buscou colher, um pouco divertido
A imagem do destino, que rendeu
A dimensão do espaço que venceu
A atmosfera lânguida e sofrido
Foi o destino ingrato e perseguido
Que o mundo da vontade aconteceu.
Resta a saudade da esperança agora
Se recompões a vocação do amor,
Chegando sorrateira, sem demora.
Depois que a vida resistir, veloz
A caminhada paralisa a dor
Que o amor resiste sempre, aqui, por nós.
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OLIVEIRA, Fagundes. Lira das Auras. Poesias. Arte da capa: Fabiano Henrique dos Santos – NUBIUS. Brasília: Thesaurus Editora, 2017. 188 p. ISBN 978 8540 9044095 No. 10 074
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, e
outubro de 2024.
SE...
Se esqueces de ti mesma ao curso da jornada
E colhes solidão em meio a tanta gente
E as flores do caminho não te dizem nada
E o gesto pela vida te parece ausente;
Se nunca te estremeces por prazer, por nada,
E a força da esperança não te faz presente
E a chama da vontade é sempre inacabada
E o leito do caminho é dor que a dor não sente.
Acorda, que teu sono é um pesadelo triste,
O mundo ao teu redor é mera ficção,
E o berço da tua alma é frágil — não existe!
Procura amanhecer pra vida sem temor.
Pois falta em teu caminho apenas devoção
E a força mais ardente que sustenta o amor.
CONQUISTA HAVIDA
Deixe que a brisa sopre sorrateira
Ás glórias do meu canto sem ventura;
Que alcance na jornada um candura
De uma gostosa vida seresteira.
Que o encanto à caminhada passageira
Sustente a endeixa em verve prematura
E possa registrar meiga a doçura
Que o poeta vaga à esfera cancioneira.
Conquista havida, à imensidão sentida,
Às trilhas do universo, à voz do vento,
A uma canção de amar, embevecida
Das luzes dos sentidos retratadas,
Na busca da vontade a meigo intento,
Ao brilho reluzente das jornadas.
COLHEITA SIDERAL
Bradam no espaço as vozes mais altivas
Que se podem colher pelo universo.
São flores siderais, aromativas,
Trazendo inspiração para o meu verso.
Contemplo, na distância, redivivas
As energias cósmicas e inverso
Ao canto das estrelas fugitivas
O encanto destas auras é diverso.
Explode na memória um canto ardente
Com a força iluminada da poesia
E colhe o imaginário, loucamente.
E o vate debruçado sem seu labor,
Na lira sideral, luz e magia,
Dedilha as notas de um secreto amor.
CONVICÇÃO
Ergo a minha voz e clamo pelo universo
E escuto responder bem perto, no meu verso,
A voz da natureza altiva, embriagada
Pela canção maior dos tempos milenares.
Das profundezas misteriosas dentro aos mares,
A alma do poeta explode e canta, iluminada.
Os astros sonolentos, soltos na amplidão,
Se juntam na penumbra etérea, em rotação,
E despertam o gosto, sem divinal corrida,
À luz mais refletida que a verdade impera.
E surtem de beleza a cor da primavera.
E o amor renasce e cresce e dá razão à vida.
Nestes enleios todos o universo é perto,
E o poeta, destemido, cantará, por certo,
As cores da esperança e o gosto da paixão.
O mundo é tão pequeno que lhe curva aos pés!
Da nau da vida o vate mira, do convés,
E grita à humanidade a força do perdão.
O poeta ensimesmado, egrégio menestrel,
Contempla a natureza, envolto em seu papel
De místico senhor de tudo que acontece,
Contrito, na altivez, sereno, visionário,
E colhe e bebe a inspiração — que relicário!
E para e pensa e canta e vive e sonha e cresce.
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Página ampliada e republicada em outubro de 2024.
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Página publicada em abril de 2024
Página publicada em julho de 2020
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