ECOPOESIA
EXPEDITO GONÇALVES DIAS
( Minas Gerais – Brasil )
Mineiro da zona da mata. Jornalista, pedagogo, escritor e poeta.
Nascido próximo a Cajuri e Viçosa foi criado em Visconde do Rio Branco, MG. Na virada do milênio, bem no Gug, primeiro de janeiro, de madrugada aportou na Terra do ET, Varginha.
Mantém a web-raio Vitrola do ET, que privilegia a poesia e a boa música.
Primeiro, Versos Inquietos/ Na Aba da Lua, em 2015, pela Scortecci -SP, e Serenas Provocações, recentemente, pel Cia do E-Book-SP, 2020.
É membro atuante da APESUL – Associação dos Poetas e Escritres do Sul de Minas e pede que seja adicionado aos grupos de poesia, dos quais promete participar ativamente.
Apaixonado pela vida, por pessoas, músicas, literatura e cinema, necessariamente nesta ordem... quero partilhar aqui experiências, bons momentos e os poemas que escrevo desde 1966. Sou natural da Zona da Mata Mineira, Cajuri-Viçosa. Cresci em Visconde do Rio Branco-MG.
www.blogdoprofex.blogspot.com
PROVÉRBIOS DA LAMA. Antologia poética. Organização Rodrigo Starling. Belo Horizonte: Starling, 2020. 204 p. ISBN 978-85-990511-3-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
UM CENÁRIO PÓS-DALI
Lágrimas de sangue, o planeta chora e se desintegra. Apocalipse, now!
É o fim do caminho? Acho que acabou-se a magia...
A Terra está doente e essa dor intestina se agrava
e é mostrada em 4k, em rede mundial.
Chegou a hora? Uma nova era se descortina?
Nem o menestrel consegue estancar o grito interior.
A moderna tecnologia não serve para descrevê-la em sua
angustiosa melodia.
Eu me quedo, perco a linha e rabisco versos vãos e desconexos
que não traduzem o caos e nem encantam
os ouvidos de outrora.
Nas redes sociais, o povo se distrai
enquanto o barco afunda.
Uma guerra surda está em andamento,
mas estamos cegos.
Pilhérias, fakes, mi-mi-mis, segregação,
do desbunde ao nazi-fascismo,
Em embates, os mais terríveis, que enterram a verdade...
Nos jornais, só as entrelinhas mostram
os traços da hecatombe
e será assim até que tombe o último soldado.
Os quatro elementos se decompuseram e se tornaram
irreconhecíveis.
O povo se ajunta em multidão como gado
e a manada segue para o abismo.
Na mente das pessoas resulta uma confusão de credos
Deus saiu de férias.
Uma gosma pestilenta vaga pelo espaço,
a massa desandou e a história desatina.
A verdade não liberta mais e ninguém reclama.
Meus versos perderam a rima.
Da música que pairou no ar sobrou apenas o refrão:
"É a lama, é a lama..."
NOVO DECAMERON. Antologia poética. Org. Rodrigo Starling, 2021. 235 p. ISBN 978-65-994-783-7-6-1 No. 10.253
Inclui o poema Pandemia Pandemônio, de Antonio Miranda, p. 42-44.
O OITAVO DESAFIO
Antes de, neste refúgio, me recolher,
vaguei, por aí, andei de leste a oeste,
para baixo e acima, tentando entender
de que fonte veio essa descomunal peste.
No olho do furacão é difícil entender
as razões do mundo em plena pandemia,
são inócuos os esforço para retroceder
no tempo e espaço para buscar uma nova via.
Normal que houvesse diferenças de classes,
Alguns jogavam fora o restolho das farras.
Para outros, nada havia que a fome abrandasse,
como a história da formiga e da cigarra...
A pandemia não cumpriu a profecia:
apesar da cigarra também ser atacada,
a formiga deu um caráter de distopia
à “invasão” que no futuro será contada.
Sem conhecer o invasor, difícil a defesa.
Assim, dentro de uma tresloucada faxina,
enquanto o plebeu desconfia da realeza,
o capitalismo esperto provoca a China.
Frágeis, diante da mentira inconsequente,
propagada por doentios desgovernos,
se desfavorecidos ganharam de presente
tamanha crueldade, do céu ou do inferno.
De repente, expulsos para fora deste mundo,
por que foram escolhidos para o martírio?
Como sofrem esses eternos pobres moribundos,
que morrem sem lágrimas, séquitos ou círios?
*
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Página ampliada em dezembro de 2021
Página publicada em setembro de 2020
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