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Foto e biografia extraídos de:
https://pascoalonline.blogspot.co
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DILERMANDO ROCHA

 

Dilermando Rocha Galvão é mineiro de Raul Soares, casou-se em Juiz de Fora, onde mora. Já residiu no Rio e em Brasília. E durante dez anos foi professor no Centro de Estudos Brasileiros de Buenos Aires, quando aproveitou para divulgar nossa literatura.

Seu primeiro livro, de poemas sociais, Irmão preto, apresentado por Artur da Távola: "Político, poético, polêmico, pólen, o poeta Dilermando posicionou-se, entrega-se, mergulha no que crê tanto quanto no que pensa e vai mais fundo, ainda, no que sente", e saudado por Florestan Fernandes: "Admirei a amplitude do seu horizonte intelectual e seus compromissos poéticos, políticos e humanos", foi seguido por 

Água mansa, depois por Palavras singelas e, agora, Passionário - Um livro de paixões. Com Primeiro amor & outros iniciou a coletânea de contos que continuou nos Jardim esquisito e Zoobotânico particular, elogiados por Fernando Py, Duílio Gomes, Mário de Moraes, Nelson de Oliveira, etc. O Julgamento de um poeta é sua primeira peça, que mereceu o Grande Prêmio de Minas de Dramaturgia, completa esta antologia Dois Tempos - Poesia e Prosa, aprovada pela Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura de 2007, que recebeu boa crítica de Moacir Scliar, Almir de Oliveira, Ives Gandra, Renata Pallottini e Plínio Mosca, agora é lançada pela FUNASA.

 

 

LITERATURA.  Revista do Escritor Brasileiro.  No. 20. Ano X – ABRIL /  2001. Publicação semestral da         Editora Códice. Brasília, DF: 2001.   Diretor: Nilto Maciel.  Editor:  José Carlos Taveira.  ISBN 1518-5109    Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

LADO HUMANO DE NARCISO

 

            Ao Professor Paulo Rogério dos Santos

 

Apenas poucos homens
conseguem deixar atrás
platéias de escuro cotidiano
para subirem a iluminado palco
onde serão aqueles atores eleitos
em vida execrada ou admirada.

 

É que não pertence a todo mundo
a maldição da esfinge
que esconde nas profundas entranhas
o enigma — ah, o enigma... —
de nossa tão vulnerável existência.

 

A imensa multidão não sabe
nem quer saber (talvez)
para aplaudir
para apupar

o sentido do vento norte/forte
e o motivo da quebra da onda leste
na praia virgem do país.

 

Sim, são poucos os homens
destemidos embora cansados
depois de tanto desandarem
em busca de um espelho
descobrem na superfície simples
das águas incansáveis
a imagem do seu narciso:
amor próprio
honra
ética
.

 

 

Página publicada em setembro de 2019

 


 

 

 
 
 
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