CELITA OLIVEIRA SOUSA
Nascida na cidade de Unaí, Estado de Minas Gerais e Cidadã Honorária de Brasília por outorga da Câmara Legislativa em 2006, é Advogada, Consultora Empresarial e militante com vasta experiência nos Tribunais do país, Pós-Graduada, Especialista em Direito Econômico e das Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, professora e conferencista nacionalmente reconhecida, com atuação marcante nos Tribunais, já tendo feito parte de várias Bancas Examinadoras de Concursos para o provimento de cargo de Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, representando a OAB/DF.
Fundadora da Academia de Letras do Distrito Federal – ALDF, e já exerceu o cargo de Presidente por duas vezes, e, várias vezes, de Diretora.
O RESGATE DA PALAVRA: I Antologia do Sindicato dos Escritores do DF. Brasilia: Thesaurus, 2009. 156 p.
ISBN 978-85-7062847-3 Ex. bibl. Antonio Miranda
Advogado apaixonado
Com que direito você pensa ter o direito
De tirar o meu direito de deixar de pensar em você?
Com que direito você pensa ter o direito
De tomar conta dos meus pensamentos -
Dos seus olhos, do seu corpo inteiro
Estar em minha mente, em todos os momentos?
Com que direito você pensa ter o direito
De me deixar inseguro de mim?
De me fazer sentir frágil,
De me mudar inteiramente assim?
Com que direito esse amor arrebatador
Me faz sentir que não sou forte como pensava ser,
Com que direito o tempo todo me faz lembrar dos seus
jos e sentir você?
Que direito fez esse amor florescer deste jeito,
Me dando força e energia,
Desaparecendo com o meu mundo de letargia?
Em que cânone buscou sua interpretação,
Em que texto tão forte
Consubstanciou esse seu direito
De me transformar em lei sem comando,
Em norma branca ou sem sanção?
Sou agora sonhos de estrelas,
Em infinitos intocáveis,
De amanheceres em festa,
De dormires todos os dias sonhando com noites de luar, Reconhecendo que o maior dos direitos
É o direito de amar!
Você
Que devo fazer para encontrar você,
Você indefinido, desejo, perfeição?
Ou pura imaginação?
Que devo fazer com essa tristeza imensa,
Com a solidão da sua ausência,
Você imaginação.
Você distante, presente só em meus desejos,
O seu aceno de adeus,
Traz é sensação de beijos.
Você foge,
E reaparece em momentos de felicidade,
Você pura imaginação, saudades.
A vida passa e a busca continua,
Dessa procura insistente não hei de cansar,
Porque você existe e virá me encontrar algum dia em algum
lugar.
As estações do ano
Na Primavera, com os bosques verdecendo,
Tentei mostrar - lhe o quanto tinha para dizer,
No verão, com os dias longos, pensava ser entendida a
minha canção,
Se não naquele, quem sabe em outro verão.
No Outono, quando a neblina encobrir e acinzentar as
linhas do horizonte,
As folhas caírem em processo de renovação,
Saiba que aqui distante serão doces minhas lembranças dos
nossos dias de emoção...
No Inverno, quando as flores do Ipê e do Flamboiant
Cobrirem os galhos no Outono desfolhados,
Lembre-se das noites frias em silencioso aconchego se
aquiescendo ao meu lado.
Em qualquer das Estações, as carícias, as trocas, os
acontecimentos,
Se lembrados ou se chorados, que fiquem em cada coração,
Quiçá lamentados no idílio do entardecer – segredos
Guardados de todo o resto, entre mim e você.
As Estações do Ano transformam e renovam a natureza,
Como os amores modificam o ânimo de viver, }
Mas são como o arco - íris,
Embeleza o horizonte, se distanciando
Quando os olhos querem a sua beleza prender.
Os sonhadores se encantam com cada beleza de nova Estação,
Como se encantam com os amores, conduzindo - se
somente pela emoção,
Entregam à poesia, ao desejo constante de se aproximar...
E quando advém o adeus sofrem...! Porque só entendem
de amar!
Página publicada em julho de 2020
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