CARLOS ALBERTO CERCHI
O professor Carlos alberto Cechi, 58, é casado e tem três filhos.
Berto Cerchi é o vereador mais velho desta Legislatura. Está no seu terceiro mandato como vereador, sempre pelo Partido dos Trabalhadores, e ocupa pela Segunda vez a presidência da Câmara Municipal.
Berto, como é conhecido na cidade, foi o mais jovem canditado à prefeito de Sacramento quando em 1976, concorreu ao cargo pelo MDB. Sindicalista, funda em 79, a União dos Trabalhadores em Educação, subsede Sacramento que torna-se mais tarde o SindUTE, maior sindicado de trabalhadores de Minas Gerais. Em 1980, funda o PT em Sacramento, partido a que pertence desde então.
Carlos Alberto Cerchi é ativista cultural e ambiental tem como marca sua luta incessante pela preservação do patrimônio cultural, histórico e ambiental do município. È editor da Revista Destaque In, Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e também escritor. Berto leciona desde 1975 na Escola Coronel José Afonso de Almeida. (Fonte: http://www.sacramento.cam.mg.gov.br, 2017)
CERCHI, Carlos Alberto. Apologia naturalista. Capa e arte: Lester Scalon. Sacramento, MG, 1980. 102 p. 16,5x21,5 cm. Composto e impresso nas oficinas da Rio Grande Artes Gráficas. Ex. bibl. Antonio Miranda.
CASA VELHAS
Casas velhas que abrigam
Jornadas tristes
E sonhos quiméricos
Casas velhas...
Onde fantasmas dormitam
No tempo de todas as coisas
Em casa velhas, os escombros
De sonhos alados que existiram
E gravitaram no vazio
Da vida em metamorfose
Casas velhas...
Sentimentos arcaicos povoam
Entre paredes descoradas
Mas, de estruturas intactas
Incrivelmente sólidas.
— Só não há muita tristeza
E é deveras surpreso
Ao saber que a felicidade
Mora em um casa velha
Sem argamassa e alvenaria.
(Sacramento, MG, 12 de novembro de 1977)
INFÂNCIA I
"Eu era feliz e não sabia
Ataulfo Alves
Já não mais ando beirando a calçada
Sob a chuva que cai. O dique de barro
Batido não é mais para minha alçada.
Agora resta a dor em que ainda me agarro
As estórias em quadrinhos não as vejo
Já sumiram do meu olhar taciturno
Resquícios de uma infância sem pejo
Horas em que a alegria não conhece turno
A minha dor não merece indulto
E neste desgosto acha-se submerso
O amor infinito que é o meu legado
Na aflição imensa de ser adulto
Tento voltar ao virginal remorso
Sentido quando fiz o primo pecado
(Sacramento, 20 de janeiro de 1977)
O LOBO DA ESTEPE
"Ah ! moram duas almas no meu peito (Goethe)"
Sou animal louco e desvairado
Com vida num coração parado
Sou tristeza na bonança
Anjo bom e tarado
Estou perplexo diante do mundo
Um pouco imundo
Sou mistério latente
— O nada inexistente —
Com uma terrível dor de dente !
(Sacramento, 28/07/de 1975)
Página publicada em agosto de 2017
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