POESIA MINEIRA
Colaboração de Wilmar Silva
BILÁ BERNARDES
Maria Bernardes dos Santos, poeta mineira. nasceu em Santo Antônio do Monte. Em 1970, mudou-se para Belo Horizonte onde trabalhou como professora, tendo se aposentado em 2005. A partir de 1995 atua, também, em atendimento clínico psicopedagógico. Participou de duas antologias no XIV Congresso Brasileiro de Poesias, em Bento Gonçalves.
Tem poemas publicados nas antologias POESIA DO BRASIL, vol 4, POETAS DO CAFÉ, ambos com lançamento no XIV Congresso Brasileiro de Poesia. Na revista EPsiBA, nº 12, Buenos Aires, Argentina, Outubro de 2006 foi publicado seu poema Saber Hiperativo. Tem levado, quinzenalmente, seus poemas em recitais em escolas públicas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
A autora descreve o cotidiano dos apaixonados, quando adversidades são motivo de risos, cafunés, entrega... Em outro tempo, porém, o amor já é passado; um pra lá, outro pra cá... Domitildes de Oliveira
Tecituras
Quero tecer minha vida
com novos tecidos
mais leves
mais coloridos
com muitos reveses
de mais deslizes
Quero tecer minha vida
com outros momentos
juntos o fora e o dentro
mais contentes
sem correntes
mas com laços
Poesiar Poesia
A gente pensa
porque o corpo sofre
e a poesia aparece
quando a alma padece
Se o sonho anoitece
a saudade invade
e o sentimento crava
palavras de mel e fel
na mente e no papel
Descompasso
Pelo menos pra dançar samba
Ainda podemos ser parceiros
Talvez seja essa a questão
que nos separou
Deixamos de ser parceiros
em muitas atividades
Você pra lá
Eu pra cá
Poemas extraídos de FotoGrafias de DesCasamento. Belo Horizonte: Anome Livros, 2008.
NÓS DA POESIA. – volume 2. Org. Brenda Marques Pena. São Paulo: All Print, 2009. 119 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
E disse Deus!
Noite quente... Fria dentro de mim...
Solidão "Severina"...
Angústia de existir em um
Terra tão sombria...
Entre a luz e a escuridão
Lembranças e esquecimentos
Lucidez e devaneios.
Procuro abrigo sob a luz fraca
Tentando manter a razão flertando com a insanidade...
A luz me protege dos lobos...
Aqueles que uivam dentro de mim...
Antes que eu me entregue à voracidade...
Recolho-me à luz simples que cultivo por minha sanidade
Ouço o grito eterno ecoando das estrelas
—Haja luz!
E houve luz...
Pátria Amada
Com a derrota na copa
muitas casas recolheram
suas bandeiras
Nossas criança constroem
o conceito de que
Brasil é só um time de futebol.
BERNARDES, Biláh. Desvelamento. Belo Horizonte, MG: Sangre Editorial, 2019. Ex. no. 021, impresso em Buenos Aires spela Imprenta Orificio. ISBN 978-65-80074-05-1 Col. Mulheres Emergentes, no. 32 Ex. bibl. Antonio Miranda
Retratos
Minha história
Gravada nas figuras
Meu passado
Presente nas molduras
Apesar das Serras
Belo Horizonte está
entre várias montanhas
subindo, crescendo
tentando alcançar
de todas elas o topo
Mas o curral de serra
permanece verdejante
apesar das serras
apesar dos tratores
apesar dos homens
Para Aprender
Para Aprender
alfabeto
ou qualquer outro
dialeto ou objeto
não basta estar alerta
não basta o concreto
Para Aprender
e transformar
conhecer em saber
não basta decreto
muito menos resolve
ficar quieto
em atitude correta
Para Aprender
qualquer coisa
que lhe afete
marque, transforme
e se continua projeto
há que circular
o afeto
Tecituras
Quero tecer minha vida
Com novos tecidos
Mais leves
Coloridos
Com muitos reveses
De mais deslizes
Quero tecer minha vida
Com outros momentos
Juntos o fora e o dentro
Mais contentes
Sem correntes
Mas com laços
BERNARDES, Biláh. S. A. Monte de Minhas Memórias. Belo Horizonte, MG: Edição da Autora, 2018. 48 p. Projeto gráfico se diagramação: Irineu Baroni. 9,5 x 122 cm.
ISBN 978-85-924267-0-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
AI-5. Belo Horizonte, MG: Baroni Edições, 2016. 72 p. 14 x 21 cm. Inclui poemas de Biláh Bernardes, Helenice Maria Reis Rocha, Irineu Baroni, Petrônio Souza Gonçalves, Rogério Salgado. 72 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
Surdez
Ensudercedor
barulho de canhões
Ensurdecedor
o som das bombas
Sobre o Oriente Médio
Ensurdecedor
o som de mortes silenciosas
em periferias de nossas
cidades
Ensurdecedor
o grito mudo
de quem silencia denúncia
de abusos
em todos os espaços
Ouçam o silêncio!
Ouçam o que ele grita!
Ouçam o que denuncia!
A morte do pensamento
sangra mais
que os noticiários
dos jornais!
Opressão
Quando as palavras calam
o interior se agita
a angústia fala
Quando as palavras calam
a mente fica aflita
o silêncio grita
Quando as palavras calam
o corpo todo fala
expressão explícita
Quando as palavras calam
às vezes é opção
por me ouvir inteiro
Vazio
Nenhuma flor
nenhuma ferida
Só cicatrizes
vazio de sentimentos
nada de lamento
Foi tempo de aprendizado
guardado no passado
para não repetir
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Página publicada em novembro de 2021
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Página publicada em dezembro de 2008; Página ampliada em dezembro 2020
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