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POESIA AFRO-BRASILEIRA

 

 

Foto extraída de http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras

 

 

 

ANA CRUZ

 

 

 

Ana Cruz (Visconde do Rio Branco (Minas Gerais), 20 de agosto de 1965) é uma poetisa brasileira.
Na adolescência mudou-se para o Rio de Janeiro: Volta Redonda  e posteriormente para Niterói, onde reside.

 

Publicou em 1995 o seu primeiro livro, E... feito de luz. Lançou em 2011 o projeto Mulheres Bantas, Vozes de Minhas Antepassadas, que incluiu um seminário sobre literatura afro-brasileira e o lançamento de um DVD com leituras de seus poemas.

Obras publicadas: 1995 - E... feito de luz (Ykenga Editorial); 1999 - Com o perdão da palavra (Ed. da Autora); 2001 - Mulheres Q’ Rezam (Ed. da Autora);

2008 - Guardados da memória (Ed. da Autora)

 

 

. De: Mulheres Q'Rezam, 2001:

 

 

 

Cuidado, não vai esquecer a lição...

 

Nasci filha de seu Zé que muito pouco tinha de José

carpinteiro de Nazaré, a não ser

a determinação e o gosto pelo trabalho.

Seu Zé, conhecido popularmente como marido de

D. Margarida,

uma flor que descansa plena, em outra dimensão, isso porque sempre foi justa nunca abusou da sua autoridade.

Precavida, desde cedo nos ensinou a detestar a escravidão,

por conta disso, nossa primeira lição de casa foi:

nunca sair de canelas russas e nem esconder cabelos

por debaixo dos panos

e ouvidos bem apurados.

Quilombola que se presa não ri à toa

não aceita provocação e olha firme

no fundo dos olhos daqueles que possuem

nariz arrebitado e andam sempre aprumados.

Já dizia meu avô!

 

 

 

Apaziguados

 

Somos as marcas de um tempo

passado a limpo no limbo.

De fatos e acontecimentos

que somente se esclareceram

após nos consumirem por algumas horas

e que doeram tanto

para sair da carne.

 

 

 

 

 

De: Guardados da memória, 2008:

 

 

Senhora do Mundo

 

Odília, mulher preta cintilante, grande com

proporcionalidade.

Possuidora de uma força descomunal.

Mulher de guerra e paz. Mais guerra, herança ancestral.

Amamentava o filho recém-nascido, silenciosa, despojada.

O leite grosso, descendo das mamas bronze, enormes.

E a expressão de quem há anos está naquela posição,

amamentando a humanidade. Prossegue comigo.

 

 

 

Magníficas

 

Clementinas, Carolinas, Elzas, Margaridas, Sebastianas, mulheres cujas experiências doloridas não paralisaram a vida. Sabiam que onde amalgamavam os códigos da existência estavam impressas a coragem, altivez espiritual.
Mulheres ancestrais que, com a força de suas expressões, derrubaram a clausura do opressor, abriam portas,
não detêm o domínio sobre os sentimentos.
Matriarcas negras.
Nossas Senhoras!

 

 

 

Autorrespeito

 

Quero meus filhos afirmando: sou descendente de africano, com o mesmo orgulho que os descendentes de outros continentes aqui muito bem instalados se identificam.
Desta maneira saberão sobrepor-se, se forem tomados
por maus elementos.

Sei que terão inteligência para não negligenciarem o fato.
Não serão acometidos pela fraqueza de aceitarem calados
a humilhação.

Nem tentarão esconder do meio social no qual
buscam ascensão que eles são discriminados
iguais aos demais pretos.

 

 

 

 

Página publicada em setembro de 2020

 

 

 
 
 
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