JULIO MANCINI
Artista plástico/ Nasceu em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
Colaborou em vários órgãos da imprensa do Estado. Deixou produções em versos brancos, adotando uma linha moderna na poesia, ao mesmo tempo em que tecia composições filiadas aos métodos tradicionais da literatura poética.
FERREIRA, Sônia. Chuva de poesias, cores e notas no Brasil Central – história através da arte. 2ª. edição revista e melhorada. Goiânia: Kelps, 2007. 294 p. ilus. col. (antologia de poemas de autores do CECULCO – Centro de Cultura da Região do Centro-Oeste) Ex. bibl. Antonio Miranda
M Ã E
Vai alta a noite. O berço da pequena
Doentinha oscila à fria luz do luar,
Que pelos vidros tremeluz. Serena,
A lua corre os céus — um vasto mar!
Do alto vinda — quem sabe? —
A sombra amena
(Talvez, de um anjo, a sombra tutelas)
De um vulto, acerca-se do leito. E plena
De amor, doutro anjo a face vem beijar.
Adormecido, o pai, no leito ao lado,
De cansado, não vê que as horas passam...
E o remédio à pequena não foi dado.
Nisto, a branda visão do Amor, desperta
A enferma — como os serafins despertam —
Dá-lhe o remédio e ajeita-lhe a coberta...
Página publicada em dezembro de 2019
|