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                   FRANCISCO AIRES 
                    
                          Poeta/MS  - Em Cuiabá, o poeta Rosário Congro acentua, em discurso na Academia  Mato-grossense de Letras, que conclama o jurista, jornalista e beletrista Jayme  Ferreira de Vasconcelos e o médico oftalmologista, poeta e ficcionista Francisco  Ayres a que lancem um movimento cultural na próspera comunidade sulina, proposta  concretizada na década de 1950. 
                  Poeta,  romancista, conferencista, contista, ensaísta de Krishnamurti e Walt Whitman,  Francisco Ayres foi laurea¬do com vários prémios literários e seus trabalhos  mereceram menções encomiásticas de vários escritores nacionais, entre eles  Monteiro Lobato. Escreveu: Eu Vi Nascer Brasília, 1960; Questões  Transcendentais de Nossa Época e das Comunidades Atuais, 1966; além de monografias  de sua especialidade médica. Eleito para a cadeira n° 5 da Academia  Mato-grossense de Letras, em 1951, é empossado no dia 7 de setembro, data da  fundação da casa, sendo saudado pelo académico Rosário Congro. O poeta de As  Garças, ao referir-se ao recipiendário, salienta o sentido social do romance  Terra Vermelha, a paisagem dos cafezais familiares ao sul-mato-grossense e a  presença de cidades florescentes como Campo Grande e Três Lagoas.         
                    
                  
                    
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                  FERREIRA, Sônia.  Chuva  de poesias, cores e notas no Brasil Central – história através da arte.  2ª. edição revista e melhorada.  Goiânia: Kelps, 2007.  294 p.   ilus. col.         (antologia  de poemas de autores do CECULCO – Centro de Cultura da Região do  Centro-Oeste)   Ex. bibl. Antonio Miranda 
                 
                    
                  
                    
                              ALÉM DAS APARÊNCIAS  
                         
                        Sob  o manto da fantasia 
                          vivemos  na lua, no sol,  
                          nas estrelas. 
                          Vivemos?  Ouso perguntar, 
                          ou  apenas somamos vidas 
                          que  não sabemos se somos nós, 
                          ignoramos  o que fizemos, 
                          pois  não sabemos bem o que somos. 
                                 Está  certo? Isto é correto? 
                        A  toda hora, perguntamos. 
                                 A  realidade aparente 
                        não  é a verdade profunda, 
                        ignorada  pelos sentidos. 
                        Ela  está sempre presente 
                        no  invisível que nos cerca. 
                                 Deixai-me  buscar a verdade 
                        inteira, 
                        completa, 
                        sem  donos, 
                        sem  fronteiras. 
                        A  verdade nua,  
                        que  nos dá 
                        a  felicidade, 
                        através  das múltiplas existências, 
                        de  comungar com o Universo 
                        e  com a verdade encoberta, 
                        que  está além das aparências. 
                        
                     
                   
                    
                  Página  publicada em dezembro de 2019 
                    
                    
                    
                   
                    
                
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