ANTONIO LYCÉRIO POMPEO DE BARROS
Nasceu em Mato Grosso em 1922.
Vive em Brasília - Distrito Federal - Brasil, 97 anos
SONETOS. v.2. Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, s.d. 151 - 310 p. 16,5 x 11 cm. ilus. col. Editor: Edson Guedes de Moraes. Inclui 171 sonetos de uma centena de poetas brasileiros e portugueses. Ex. bibl. Antonio Miranda
SOLIDÃO INTERIOR
Imensa é a solidão que vem das matas
É aquela que se estende nas planuras!
A que provém do céu, lá nas alturas,
Ou que murmura, além, entre cascatas!
Aquela que contorna e envolve os rios
E vai pousar, tranquila sobre os lagos!
Que a brisa traz às praias, entre afagos,
A nos tornar mais tristes, mais vazios...
Grande, demais, é a solidão do mar!
Da tarde que desmaia a soluçar,
Buscando no horizonte seu jazigo!
Mas, a maior, a solidão mais triste!
A mais profunda solidão que existe,
Não vaga por aí... Mora comigo!
MEU ENTARDECER
Vai descambando o sol lá no poente!
O céu toldado está e chove agora.
Parece até que a natureza chora
A tarde que agoniza lentamente...
Cai no telhado a chuva e na vidraça,
Ou sobre o asfalto quente se estraçalha
E enquanto a noite tétrica gargalha,
A tarde, triste e agonizante, passa...
Enquanto a chuva cai e a tarde morre
E a noite avança e a solidão percorre
A vastidão do céu, sereno e escuro,
Penso no entardecer de minha vida!
O sol se pondo e a noite, enfim, caída,
Pesada e fria sobre o meu futuro...
Página publicada em dezembro de 2019
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