Aconteceu no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília, no dia 15 de outubro de 2010, depois das 8 da noite. A casa lotada. Poetas, poetas, poetas. Fotógrafos, cinegrafistas, meninos da escola de cine e tV, jornalistas, muitos deles jovens, muito jovens. Vieram ver o seu Zeca Baleiro que viera para apresentar o seu livro "Bala na Agulha - reflexões de boteco, pastéis da memória e outras frituras". No palco, Antonio Miranda (eu, é óbvio...) a postos para entrevistar o convidado do segundo dia da Pré-Bienal Internacional de Poesia de Brasília. Tinha duas perguntas principais: uma sobre a relação do "cantautor" com a escritora e poeta "maldita" Hilda Hilst e a outra sobre a gênese do livro que Zeca. Mas comecei comentando que nós dois somos conterrâneos, nascidos às margens do rio Mearim, no Maranhão, ambos com nomes "devotos": ele José de Ribamar (por causa de São José de Ribamar, devoção dos ludovicences) e eu Antonio Lisboa (em homenagem a Santo Antonio de Lisboa...). O video da entrevista será disponiblilizado em breve, aqui mesmo no nosso Portal de Poesia Iberoamericana. Depois, para a alegria do público, ele cantou 4 canções de seu disco cult "Ode descontínua e remota para flauta e oboé", composições a partir de poemas de Hilda Hilst e, a pedido do público, também uma canção que compôs com os versos do grande Murilo Mendes, outro ídolo da formação poética de nosso Zeca Baleiro. Seguiu-se então a noite de autógrafos, diante de uma fila enorme de ávidos caçadores de... fotos tomadas com celulares e câmeras, como sinais dos tempos. Cabe registrar duas espertas reações do poeta: a primeira ao meu comentário de que seu CD "Ode..." é uma peça sofisticada. Defendeu-se com ironia e malícia. Eu estaria dizendo que ele não é sofisticado... e logo comentou que seria uma contraposição à vertente mais pop de sua produção musical... A segunda reação foi sobre o meu pedido para que explicasse a origem e os propósitos de seu "último" livro... Brincou, debochou, expondo-se como um jovem escritor no nascedouro ainda de sua carreira de escritor... Eu apenas ri com o público. E me contive... Ia dizer-lhe que, aos 70 anos, já publiquei mais de 30 "últimos" livros e que continuo em pé...
ZECA BALEIRO em ENTREVISTA com o poeta ANTONIO MIRANDA fala seu livro "BALA NA AGULHA - reflexões de boteco, pastéis de memória e outras frituras", durante o lançamento da obra na Pré-Bienal Internacional de Poesia de Brasilia 2010, na Biblioteca Nacional de Brasilia
De Zeca Baleiro BALA NA AGULHA - reflexões de boteco, pastéis de memória e outras frituras.
São Paulo: Ponto de Bala editora, 2010. 230 p.
ISBN 978-85-63924-00-1
edpontodebala@uol.com.br
no showbiz há sim virtude
transformar pose
em atitude
*
no mundo
hoje em dia
há muito mais poetas
que poesia
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"a inteligência é uma virtude cheia de vícios"
*
TERAPIA
FAÇO EM CASA
AO PÉ DA PIA
*
era um artista de balas perdidas
nunca acertou
o seu público-alvo
*
AQUI JAZ A HISTÓRIA
SOB OS ESCOMBROS
DA ESCÓRIA
Encontro de Zeca Baleiro e Antonio Miranda na Biblioteca Nacional de Brasília, 14-10-2010
ZECA BALEIRO em ENTREVISTA com ANTONIO MIRANDA na Pré Bienal Internacional de Poesia 2010, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília.
Versa sobre o disco de Zeca Baleiro "ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ" a partir de versos da poeta HILDA HILST. Faz também referências à novela "Com meus olhos de cão", de Hilda Hilst e aos amigos dela Edson Duarte, Caio Fernando Abreu e Massao Ohno.
ZECA BALEIRO interpreta composições de seu disco "ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ" a partir de poemas de HILDA HILST no auditório da Biblioteca Nacional de Brasilia, dia 15 out 2010, durante a Pré-Bienal Internacional de Poesia de Brasilia.
ZECA BALEIRO interpreta uma composição sua baseada em poema do poeta mineiro MURILO MENDES.