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Sobre Antonio Miranda
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ROSSINI CORRÊA

 

Jose Rossini Campos do Couto Corrêa, poeta, ensaísta, pesquisador nascido no Maranhão em 1995.  Seus livros mais conhecidos são Canto Urbano da Silva (1984), Almanaque dos Ventos (1991), Baladas do Polidor de Estrelas (1991), Dois Poemas Dramáticos para Vozes e Violinos (Thesaurus, 2001).

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1978) , graduação em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (1981) , mestrado em Pimes pela Universidade Federal de Pernambuco (1982) , mestrado em Direito Canônico pela Faculdade Teológica Panamericana (1998) , mestrado em Ciências da Religião pela Faculdade de Teologia Antioquia Internacional (1998) , mestrado em Ciência da Religião pelo Instituto de Ensino Superior Evangélico (1998) , doutorado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1987) , doutorado em Direito Canônico pela Faculdade de Teologia Filadélfia Internacional (1999) , doutorado pela Faculdade de Teologia Antioquia Internacional (1998) , pos-doutorado pela Universidade de São Paulo (1991) e aperfeiçoamento em Excelência em Oratória pelo Instituto Superior Multidisciplinar de Brasília (2003) . Atualmente é Professor Titular do Centro Universitário de Brasília.

 

Movimento da Terra,

na Praça Gonçalves Dias,

em São Luís do Maranhão


 

O violino da consciência rememora

a música dos pássaros vegetais,

quando, no crepúsculo, o bolaço

de fogo espacial, movimentava-se

vagaroso, e naufragava, sem a

mínima resistência, no oceano

atlântico. Da estátua, Gonçalves

Dias a tudo assistia, comovido...

 

Como um namorado das estrelas,

certamente conhecendo os mistérios,

esperava, sob paciente convicção,

o retorno, indescritível aurora:

e o bolaço de fogo espacial, azul

cintilava, aquecido no dormitório

marítimo. O poeta, artesão do

eterno, repetia: "onde canta o sabiá!"

 

 

Soneto da Arte Poética

 

 Como escrever um soneto antológico,

se o sentimento não for meritório?

Tem, o poema, seu universo biológico,

sobre a fronteira deste território 

 

verbal, que arquiteta o vôo mágico

do sonho, com plumas vestindo o azul.

Mas, sem coração e sem cérebro, trágico

será o soneto, este cruzeiro sem sul. 

 

— Se o poema é escrito com palavra,

a boca há de sentir gosto de sangue

e a mão há de pensar a sua lavra... 

 

Do trapézio do verbo quedará exangue,

todo aquele que, à procura do infinito,

no promontório, canto, viva em grito.

  

 

A palavra poética

 

 Rossini — falaram-me — quando

tu escreves

         (remando chuvas

         solando ventos

         roçando terras)

 

dás às palavras

(as falanges roçando de nada

leves lavras.

         ígneos

         tempos

                   domando)

um sentido bíblico ...

 

Eu nisso ri, rosado e amarelo

         de espanto. E,

         rosnando neste sorriso, havia

         quanto de

         dramático

         espanto ...

 

O mistério passeava

— guisa alado e belo —

no telhado do hemisfério,

         acima e afora

         do reino da sombra,

obscuro comando

         de escombros e

         de alicerces

         de abismos, trevas e ruínas.

Sem travo e

sem prece,

         ele sabia que,

         por sobre o muro,

a boca (l) (r) (p) ouca

         gerava manhãs e tardes,

como a oficina que anima a aurora.

E nela, a translúcida

luminosidade,

toda liberta

         de tardas malsãs,

escorria,

como a caravela,

         a paisagem

         em viagem,

ora escondendo,

ora espelhando,

na arcada dramática,        

         a ponte épica e

         o dente lírico.

 

 

CORRÊA, Rossini.  Sonetário do Quixote vencedor.  Brasília, DF: Thesaurus, 2015.  48 p.   14x21 cm. ISBN 978-85-409-0388-3  “ Rossini Corrêa “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

3

 

Pobre Quixote que perdeu o caminho,

qual é o meu papel nesta tragédia?

Imaginei de azul vento e moinho,

mas tudo terminou só em comédia...

 

Cruéis para comigo foram os fados:

 

(tudo em mim foi dor ou desvario,

olhos postos na luz, e já vazados)

sempre morrer de calor dentro do frio.

 

Tanta fatal esperança malograda,

tanta rosa de Malherbe fenecida,

revolto mar vagando para o nada.

 

Completamente bêbado, e sem vinho,

sem uma gota da verdadeira Vida

— pobre Quixote que perdeu o caminho.

 

 

ELEGIA DOS VISIONÁRIOS

 

Avança — Dom Quixote —

avança: não tem fim

a luz, fatal archote

a reinventar o jardim

 

azul do Éden: avança

e, depois da Andaluzia,

mesmo Sancho Pança,

em sua febril fantasia,

 

a ti convidará: 'vamos!,

que a viagem infinita

é o pão que amassamos,

e a nuvem, na marmita,

 

nos alimenta com sonho,

nos reinventa, com vinho

e nos liberta do tristonho

e crepuscular caminho.

 

E Quixote, todo ancho,

colherá um verde lírio

e responderá: 'bom Sancho,

somos filhos do delírio,

 

a nossa missão é agora

e sempre. A cruz, a rosa

e o pavilhão da aurora

anunciam a uva licorosa.

 

Vamos... Vamos colhê-la
ali, na rua de toda a terra,
na esplendorosa estela
que só o nunca descerra.

 

            Brasília, fevereiro 2015

 

 

          IBÉRIA

         
Avistei terras de Espanha,
          de Espanha e de Portugal.
          E foi uma miragem tamanha,
          que o azul emocionou a nau.

          Que o azul lacrimejou o ser,
          esperto bicho, só de alegria,
          mascarado, logo a renascer,
          pintando de colorido o dia.

          Colorido dia de Espanha,
          de Espanha e de Portugal:
          (este ouro que o azul apanha
          e transforma em mel e sal).

 

                    Madrid, julho, 2007.


           

CAVALO ÁRABE

Em Abu Dhabi
(no verbo amar)
galopo o mar
dentro de ti.

Estrelas desço
sobre o ventre
teu, gemente...

Cego, alvoreço.

 

           Abu Dhabi, janeiro, 2010.





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