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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




RAIMUNDO FONTENELE
 

Nasceu em Pedreiras, MA. Tem uma dúzia de livros de poesia publicados. Hippie nos anos 60, militante de esquerda nos anos 70, é um dos fundadores do Movimento Antroponáutica, renovador da poesia maranhense. Em Curitiba, foi também um dos fundadores e editores da revista de literatura e arte Outas Palavras.

De 1980 a 1996 residiu em Porto Alegre , RS, onde exerceu intensa atividade literária, ganhando prêmios, publicando crítica e artigos em revistas e jornais. De volta ao Maranhão, reside em São Domingos , MA, onde exercia as funções de Diretor do Departamento do Cultura. A colheira do mundo e Venenos estão entre seus títulos de livros recentes.

 

 

 

FONTENELE, Raimundo.  Marginais.  São Luís do Maranhão: Pacumã, 2001.  81 p. 14x21 cm. Edição com apoio da Prefeitura Municipal de São Domingos.  Col. A.M.

 

 


3

Vida de artista e prostituta

Vida de artista ou marginal

Vida de verdade é tudo igual

 

 

VIVER É SE APROFUNDAR NA LOUCURA DOS OUTROS

 

Domingo é um dia tranqüilo,

dia da maçã morder o próprio ventre,

enquanto cabras venenosas me pastoreiam.

 

Subi uma montanha de pedras

e lá no alto,

incide sobre sonhos, e incendeia-me

 

Quase apaguei do meu nome

(farol, sentinela, carne viva)

o brilho de uma estrela vagabunda

que me faz rastejar tão perto dos esgotos.

 

Se as chuvas viessem (e se chovesse)

um olho brilharia ao sol e o outro

se banharia novamente em lágrimas.

 

 

3 POEMAS PARA MORRER (OU REZAR)

 

Amores e outras coisas

foram feitas para durar.

Nem as esquinas, as chuvas de prata,

o ouro das oficinas.

 

Os rios de pedra não vão existir para sempre.

Nem o buraco do tatu, nem meu amor por ela.

Nem aquele par de coxas, nádegas aquelas,

aqueles sais.

 

As coisas vão acabando pelo caminho.

Não ficarão as tardes ou as madrugadas,

o Caminho de Santiago, a lenda do Santo Graal,

nem os cueiros do Menino Jesus.

E a música que um dia ouvi,

nunca mais ouvi.

 

Falaste de amor nos meus ouvidos,

e não reconheço o som da tua fala.

A minha vida não vai ficar.

Deste-me água fresca e pura para beber?

Nem disso me lembro.

 

Só sei que a carne estremece dentro da noite.

Balbucia seus esquemas. Cheira. Confere.

Apalpa.

É mais que tristeza,

mais que espinho na carne,

o suave que mata:

o perfume do ciúme.

 

Otelo embriago. Enfurecido.

Com os chifres à mostra, vencido.

Assim se sente, o bandido.

Rimado à bala, ou a mordidas.

 

Extraído do livro Marginais. São Luis: `Pucumã, 2001. 81 p.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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