PERI GOMES FEIO
Nasceu em Rosário, Maranhão, a 4-8-1909, e faleceu em São Luís.
Chagas e Mágoas, 1943, Cortina Azul. Sobre ele escreveu José Ribeiro de Sá Valle, na sua Antologia Maranhense: Poeta espontâneo e sentimental, canta a amargura, o sofrimento e a resignação em versos simples e comovedores”.
RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Dos tormentos que hoje sofro,
Não devo me lamentar,
Porque sei que eles me vieram
Da luz do teu lindo olhar.
L — letra do seu nome,
L — lua que me alumia,
L — luta em que me empenho
Contra a dor que me crucia.
Quem ama nunca se esquece
Da mulher que outrora amou;
A fogueira foi extinta
Mas a cinza inda ficou.
Eu sou como esse rochedo
Nas horas de tempestades,
Porque jogas contra mim
Cruéis ondas de saudades.
As luzes rubras das torres
Da Radio do Maranhão,
Parecem chagas que vivem
Sangradas em meu coração.
Se vires sobre uma tumba,
Cantar triste a juriti;
Olha de perto e, na cruz,
Verás escrito: Peri.
Página publicada em outubro de 2019; poesia maranhense. Trovas.
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