Fonte: www.jornalpequeno.com.br/
LUCY TEIXEIRA
(1922-2007)
Nasceu em Caxias, Maranhão. Poeta, contista.
Obras: Elegia fundamental (1962); Primeiro palimpsesto (1978).
TEXTO EM ITALIANO
Elegia Fundamental
Metamorfose,
os fundamentos da tua lógica
São cimentados de lâminas vivas,
Voraz, Vastíssima, cujos pés não vejo,
as tuas normas
em que ventre ou motor se organizaram?,
pura dilaceração continuada.
Obsessão cantando o seu nome initerrupto,
nunca verei a tua face,
negra e fulgurante,
vagarosa e veloz,
impiedosa coisa inabalável
que me namora a coisa mais esplêndida;
ainda não, prestidigitadora,
a divertir-se já com o que me foi
suave raiz cujo perfume queimo
neste campo onde se luta uma lembrança.
Começa o teu sigilado festim,
enquanto as correias do ar,
sustentam o pavilhão onde ficamos
cada vez menos acariciados
e gradualmente aturdidos.
Começa o teu discurso, dragão,
e cresta, e cresta
onde em nós é que dói.
_______________________________
Pela manhã
ergue-se o ervatário
indo colher no campo
vagas ervas medicinais.
Colhe a luz do teu sorriso,
plantador cujas mãos,
cobertas de anéis de areia
agora possuem a Terra.
(Elegia Fundamental / 1962)
Página preparada por Zenilton de Jesus Gayoso Miranda e publicada em setembro de 2008.
Primeiro palimpsesto
(para a cidade de São Luís e Ferreira Gullar)
...no adro da noite jovem e velhíssima
abraçaram-se nossas ruínas azuis
Corpos de terracota brasileira
fragmentados aqui e ali
calafetados de lichino
...mechas de fios que se embebia
nas feridas profundas para as drenar
nas saudades corroídas
Teu nome
é meu irmão
no meio da noite do adro que flutua
tuas mãos de repente acenaram
renovado o sinal da louca cintilação quando sorríamos
e as estrelas sussurravam São Luís
Agora tua voz ceifa no campo devastado
erguendo estátuas de som
em nossas bocas enganosas enganadas
na escuma da vida atravessei sem querer
encontrando-me cheio de escuro
com alucinados relâmpagos
que atravessavam o teu rosto no meu rosto
Teu soluço era seco
Meu
mar de palhas secas
mas sólido de ausência
São Luís a madrugar pelas esquinas esbatidas da memória
Mas em abril ventos lendários desenhavam
a Praça Gonçalves Dias
das sete colinas de Roma
..................................
"vamos morrer"
não sabíamos
que havia aino.a mel em nossos lábios
me perdi me perdi
numa etrúria enorme condenada
a sobrecéus portáteis
ao cair
resvalando sem ser Rolando em Roncesvales
Minha São Luís
cristais pelo meu sangue me feri
eis o cadáver
para o qual contribuímos
com fidelíssima obsessão
quis levanta-lo uma duas vezes
era de sombra era de
eis-nos aqui
quase miticamente em casa de Ana Letycia
que não vai nem vem pela sala
falando de Miquel Ângelo
Ana Letycia com seu rosto de subterrâneas ternuras
Passa como um veludo entre nós dois
.....................................
(Primeiro Palimpsesto / 1978)
TEXTO EM ITALIANO
Texto extraído de:
CHIOCCHIO, Anton Angelo. Poesia post-modernista in Brasile. Roma: dell´Arco, s.d. 40 p. ilus. 12x17,5 cm. “ Anton Angelo Chiocchio “ Ex. bibl. Antonio Miranda
IL MARE PROFONDO
I
La leggenda si estingue. Non apprendo più.
La mia docile ragione m'avvelena.
Il mio riso nasconde la pazzia. Ma le mie mani
come fontane spente. Ristagnano.
Perché alimentare la lucida balena?
Dall'altro lato la spiaggia ha solo ampiezza.
La notte è tiepida
come una medicina che sia così prescritta.
Non vi fidate. Il cancro canta in tutto.
Non guariamo.
Guardarti è l'unica mattina
in cui gli orientali non rechino vizi.
Ma in quale altro cielo avranno i giorni
abbandonato la loro vocazione?
L'ieri ha galere di pianto.
Per tutto vaga un dissoluto fiume.
Ma non sarei più io se non cogliessi
da questo regno crudele. L'incauta si sporge dal
ponte.
II
Se il vino sogna nelle brocche
perché la sera da sempre castighi?
Corpo di umide piaghe...
Se ne va pel villaggio un giovane vestito
di bianco, che si disfa se lo fissiamo in faccia.
In equilibrio sui trampoli dell'invisibile
seguiamo inabissati. Che giocattolo strano...
Amore, ciò che esiste non ha dove.
La tua presenza distribuisce esìli.
Mi duole che tu muoia in me senza ch'io possa
restaurare gli oggetti del tuo riso.
Il tempo è un oro maldestro.
E tutti i giorni la galera affonda.
E contemplarti non ha senso, mai.
Non fanno alcun rumore i rasoi nello spazio.
Ma lavorano !
Dove stiamo
se non siamo mai stati?
Toccami: la faccia di una schiava è sempre triste.
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