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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


LUCY TEIXEIRA

Fonte: www.jornalpequeno.com.br/


LUCY TEIXEIRA

(1922-2007)

 

Nasceu em Caxias, Maranhão. Poeta, contista.
Obras: Elegia fundamental (1962); Primeiro palimpsesto (1978).

 

 

TEXTO EM ITALIANO




Elegia Fundamental

 

Metamorfose,

os fundamentos da tua lógica

São cimentados de lâminas vivas,

Voraz, Vastíssima, cujos pés não vejo,

as tuas normas

em que ventre ou motor se organizaram?,

pura dilaceração continuada.

 

Obsessão cantando o seu nome initerrupto,

nunca verei a tua face,

negra e fulgurante,

vagarosa e veloz,

impiedosa coisa inabalável

que me namora a coisa mais esplêndida;

ainda não, prestidigitadora,

a divertir-se já com o que me foi

suave raiz cujo perfume queimo

neste campo onde se luta uma lembrança.

 

Começa o teu sigilado festim,

enquanto as correias do ar,

sustentam o pavilhão onde ficamos

cada vez menos acariciados

e gradualmente aturdidos.

 

Começa o teu discurso, dragão,

e cresta, e cresta

onde em nós é que dói.

 

_______________________________

 

Pela manhã

ergue-se o ervatário

indo colher no campo

vagas ervas medicinais.

 

Colhe a luz do teu sorriso,

plantador cujas mãos,

cobertas de anéis de areia

agora possuem a Terra.

                                      (Elegia Fundamental / 1962) 

 

Página preparada por Zenilton de Jesus Gayoso Miranda e publicada em setembro de 2008.
Primeiro palimpsesto

 

(para a cidade de São Luís e Ferreira Gullar)

 

...no adro da noite jovem e velhíssima

abraçaram-se nossas ruínas azuis

Corpos de terracota brasileira

fragmentados aqui e ali

calafetados de lichino

 

...mechas de fios que se embebia

nas feridas profundas para as drenar

nas saudades corroídas

 

Teu nome

é meu irmão

no meio da noite do adro que flutua

tuas mãos de repente acenaram

renovado o sinal da louca cintilação quando sorríamos

e as estrelas sussurravam São Luís

 

Agora tua voz ceifa no campo devastado

erguendo estátuas de som

em nossas bocas enganosas enganadas

na escuma da vida                 atravessei sem querer

encontrando-me cheio de escuro

com alucinados relâmpagos

que atravessavam o teu rosto no meu rosto

 

Teu soluço era seco

Meu

mar de palhas secas

mas sólido de ausência

 

São Luís a madrugar pelas esquinas esbatidas da memória

Mas em abril ventos lendários desenhavam

a Praça Gonçalves Dias

das sete colinas de Roma

..................................

"vamos morrer"

não sabíamos

que havia aino.a mel em nossos lábios

me perdi me perdi

numa etrúria enorme condenada

a sobrecéus portáteis

ao cair

resvalando sem ser Rolando em Roncesvales

Minha São Luís

cristais pelo meu sangue me feri

eis o cadáver

para o qual contribuímos

com fidelíssima obsessão

quis levanta-lo uma duas vezes

era de sombra era de

 

eis-nos aqui

quase miticamente em casa de Ana Letycia

que não vai nem vem pela sala

falando de Miquel Ângelo

Ana Letycia com seu rosto de subterrâneas ternuras

Passa como um veludo entre nós dois

.....................................

 

(Primeiro Palimpsesto / 1978)

 

 

TEXTO EM ITALIANO

 


Texto extraído de:

 

CHIOCCHIO, Anton Angelo.  Poesia post-modernista in Brasile.  Roma: dell´Arco, s.d.  40 p.  ilus. 12x17,5 cm.  “ Anton Angelo Chiocchio “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

IL MARE PROFONDO

 

I

 

La leggenda si estingue. Non apprendo più.

La mia docile ragione m'avvelena.

Il mio riso nasconde la pazzia. Ma le mie mani

come fontane spente. Ristagnano.

Perché alimentare la lucida balena?

Dall'altro lato la spiaggia ha solo ampiezza.

 

La notte è tiepida

come una medicina che sia così prescritta.

Non vi fidate. Il cancro canta in tutto.

Non guariamo.

 

Guardarti è l'unica mattina

in cui gli orientali non rechino vizi.

Ma in quale altro cielo avranno i giorni

abbandonato la loro vocazione?

L'ieri ha galere di pianto.

Per tutto vaga un dissoluto fiume.

Ma non sarei più io se non cogliessi

da questo regno crudele. L'incauta si sporge dal

                              ponte.

 

 

II

 

Se il vino sogna nelle brocche

perché la sera da sempre castighi?

Corpo di umide piaghe...

Se ne va pel villaggio un giovane vestito

di bianco, che si disfa se lo fissiamo in faccia.

In equilibrio sui trampoli dell'invisibile

seguiamo inabissati. Che giocattolo strano...

 

Amore, ciò che esiste non ha dove.

 

La tua presenza distribuisce esìli.

Mi duole che tu muoia in me senza ch'io possa

restaurare gli oggetti del tuo riso.

Il tempo è un oro maldestro.

E tutti i giorni la galera affonda.

E contemplarti non ha senso, mai.

Non fanno alcun rumore i rasoi nello spazio.

Ma lavorano !

 

Dove stiamo

se non siamo mai stati?

Toccami: la faccia di una schiava è sempre triste.

 

 




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