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   LU MENEZES(São Luis do Maranhão, 1948)
 
 Estudió Sociología. Publicó, entre otros: O amor é tão esguio (1980) e Abre-te,  Rosebud (1996).
   TEXTOS EM  PORTUGUÊS   /   TEXTOS EM ESPAÑOL   DeHeloisa Buarque de Hollanda
 Otra línea de fuego - Quince poetas brasileñas         ultracontemporáneas.
 Traducción de Teresa Arijón. Edición bilingüe.
 Málaga:  Maremoto;  Servicio de Publicaciones, Centro de Edciones  de la Diputación de Málaga, 2009.  291 p
 ISBN  978-84-7785-8
   Estirpe  Índios  americanos sempre souberam:
 da assimétrica junção
 de uma mulher e um cão
 —certainly  de caça ao deleite, que a cada ereção dos seus descendentes
 dentes em riste persiste e promete
 apócrifo céu suculento—
 o  primeiro homem nasceu Respingos  dele — respingos me irrigam
 —  Não sei por que com tão vasta sede
 deserto tamanho cultivo
 «Não  sei por quegosto tanto de areia», ele disse
 com voz onde água escondida
 Não  sei por que gosto tanto de qualquer coisa que ele diga
   Estirpe   Los indios americanos  siempre lo supieron: de la asimétrica conjunción  de mujer y perro   — certainly de caza al deleite, que a cada erección de sus descendientes  dientes en ristre persiste y promete  apócrifo suculento cielo—   nació el primer hombre   Respingos de él — respingos  me irrigan   — No sé por qué  con tan vasta sed  tamaño desierto cultivo   «No sé por qué me gusta tanto la arena», dice con voz de agua escondida   No sé por qué me gusta tanto  cualquier cosa que él diga   -------------------------------------------------------------------------------   Corpos simultâneos de cisne   Branco  ideal e branco real  o  mesmo cisne no espaço  de  um saco de sal   ocupam mas  eis  transmigrante   lei  que em mantimentos transfez obsoleta ampulheta:  um cisne de sal   segue  o curso  do  tempo   e  míngua   até  ser  somente   de  plástico transparente       Cuerpos simultâneos de cisne   Blanco  ideal y blanco real  un  mismo cisne en el espacio  de  un saco de sal   ocupan  pero  he aquí  transmigrante   ley  que en mantenimientos torna   obsoleta   ampolleta:  un cisne de sal   sigue  el curso  dei  tíempo   y  mengua hasta ser
 solamente
 
 de plástico transparente
   
                       ROTEIRO DA POESIA BRASILEIRA  anos 80.  / direção Edla van Steen; seleção e prefácio  Ricardo Vieira Lima.  São Paulo: Global, 2010.  (Coleção Roteiro da PoesiaBrasileira)   ISBN  978-85-260-1155-7     No. 10 317
 Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
   LÍNGUA 
 Lama seca estala sob os  pés
 de um povo de deserto que fala
 uma língua que estala
 
 Afina-se
 alvíssima areia assoviando
 finíssimo
 a cada passo
 nosso
 seu som de seda
 
 Aquém
 de humana fala
 desde bem longe
 língua também
 sola do pé é
 
 Abre-te, Rosebud! (1996)
   MOLDURAS 
 sans mâts, sans mâts
 S. Mallarmé
 
 Sonhara ter,
 refletida em explícitos espelhos,
 vida burguesa
 de pintura holandesa do século XVII
 
 Tocou-lhe ser
 simples Sísifa de si,
 com rotina que ganhou, todavia, algum valor
 quando perdida em frios de terror
 como o Jóquei perdido de Magritte se achou
 
 Hoje palmeiras não mais a hasteiam
 Resta o passeio guiado por certo sapato
 de gáspea longa que cai como meia
 
 Como um matiz num Matisse
 manter-se à superfície
 é dom de jeunesse
 — jamais de velhice,
 turno de Turner,
 pendor invisibilizador
 
 Ibiden
  * Página ampliada e republicada em abril de 2025
 
       Página publicada em  dezembro de 2010 |