Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LAURA AMÉLIA DAMOUS

 

Nasceu em Turiaçú, no Maranhão, em 1945 mas seu primeiro livro só é publicado em 1985 – Brevíssima canção do amor constante.

 

“Obra pequena, mas significativa como ser poético, ela não se parece com nenhum de seus contemporâneos maranhenses, linguagem sintética de um cancioneiro peculiar, ao gosto dos ideogramas japoneses. No Brasil, a sua referência maior seria a Cecília Meireles das Canções, a mesma espontaneidade e rigor ao construir os poemas.”   ASSIS BRASIL

 

Leia mais sobre a escritora em:

http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/30/Pagina284.htm

 

QUIROMÂNCIA

 

A mão do poema

é a que me cabe

inteira

 

A outra,

eu a carrego,

         pesada e alheia.

 

 

CIRCO

 

Avan;co e recuo

ao estalido da dor

Me curvo

para os aplausos da platéia

Alguém  pede bis

Sangro até morrer

 

 

PAPAGAIO

 

Trituro esta dor

socada em pilão

como tia Ana do grão

gerava o café

 

Trituro esta dor

e faço cerol

para untar a linha

que nos partirá.

 

 

OFERENDA

 

Venho te oferecer meu coração

como o cansaço se oferece aos amantes

o suor aos corpos exaustos

depois de definitivo abraço

Venho te oferecer meu coração

como a lua se oferece à noite

e o vento à tempestade

Venho te oferecer meu coração

como o peixe se oferece à captura

no engano do anzol

 

 

TORRES DA SÉ

 

Garças altivas beliscam

o céu

sangram estrelas

que se desfazem em luz

noites azuis

de maré alta

orquestram hinos e preces

minha cidade faz

o sinal da cruz

adormece

 

POESIA SEMPRE. Ano 15 Número 30 2008. Polônia. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2008. 178 p. No. 10 381
Exemplar da biblioteca de ANTONIO MIRANDA

 

Claustro

Retenho a magia do pensamento
Absorvo a dor e
vomito
A palavra anseia pela
prisão

 

Dois de novembro

A xícara branca
me encara do
outro lado da mesa
um tigre esfacelou
meu rosto no
agitado sono de
meio-dia

as formigas fizeram
um novo caminho
da cozinha à sala
sem um único volteio

meus dedos pesam
mais que nunca
e afundam junto
com o pudim no forno

eu tenho muito medo
de morrer
num dia feio assim


Fora da tela

não posta em sossego
absorta
quieta
a minha
tropeça pela alma
perambula desassossegada
insone
a minha melancolia
não é
a de Dürer

 

*
VEJA e LEIA outros poetas do MARANHÃO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/poesia_brasis.html

 

Página publicada em maio de 2025.

 

 

Extraído de A POESIA MARANHENSE NO SÉCXULO XX (antologia). Organização, introdução e notas de Assis Brasil.  Rio de Janeiro:Imago ed.; São Luis: SIOGE, 1994. p. 267-272


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar