| KENIA REGINA OLIVEIRA MAIA   nasceu em São  Luís, no dia 12 de julho de 1959. Era aluna do 4º. ano de Medicina da  Universidade Federal do Maranhãoquando participou do concurso de poesia.. Fazia  parte do Coral da UFMA. Obteve, em 1980, no I Festival de Poesia Falada, o 4º.  lugar, com o poema "Lampiões esquecidos". 
                     Cursava o quarto período de Medicina (segundo ano) quando participou do festival.  ***  Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal  do Maranhão (1984) e mestrado em Biologia Parasitária pela Universidade Ceuma  (2012). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Clínica Médica e  Pediatria.   NOVOS POETAS DO MARANHÃO.  São Luis: Edições UFMA, 1981.  79 p     ilus   15 x 22 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda     LAMPIÕES ESQUECIDOS     Eu  te sinto, cidadezinha dos velhos lampiões de gás.
 És a alma de uma vida
 que não pode voltar atrás.
   Ah!  que vontade incessante de te tomar em meus braços,
 de te defender dos algozes,
 de te livrar dos farsantes
 que tanto dizem te amar.
   A  brisa suave me leva à Praia da Ponta d'Areia.
 Meus pés descalços procuram
 a água, a onda, o mar...
 Não, eu não posso calar,
 diante dessa imensidão.
 Eu não posso esquecer
 de teu povo que sofre,
 de teus prédios que caem,
 de teu passado esquecido
 em cada beco...
   Minha  cidadezinha, meu pedacinho de chão...
 A Fonte das Pedras chora
 por tua libertação.
   Escuta.  Os tambores ecoam o  hino da solidão. E  o canto oculto dos  que não podem querer...   Ah!  ladeiras de minha terra, Acostumadas  a passos incertos de  quem já não tem esperança! Não,  eu não posso calar. Não  posso viver na omissão quando  o sino da Igreja do Carmo badala  mais um fim de dia, e  os mendigos que ali transitam recolhem-se  ainda mais ao seu destino.   Deus  meu, o que fizeram ã  minha ilha dos velhos lampiões de gás dos  azulejos bordados, dos  mirantes, dos  sobrados, das  carrancas de pedra-lioz?   A  minha cidadezinha, tão linda!, da Fonte do Ribeirão,
 das ruas de escadarias,
 do Solar Gomes de Souza,
 do Largo de São João...
     Página publicada em  agosto de 2019 
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