JOSUÉ MONTELO
(1917-2006)
Josué de Sousa Montello (São Luís, 21 de agosto de 1917 — Rio de Janeiro, 15 de março de 2006) foi um jornalista, professor, teatrólogo e escritor brasileiro.
Trabalhou como diretor da Biblioteca Nacional e do Serviço Nacional de Teatro, escreveu para a revista Manchete e o Jornal do Brasil, além de trabalhar no governo do presidente Juscelino Kubitschek.
Entre suas obras destacam-se Os tambores de São Luís, de 1965, a trilogia composta pelas novelas Duas vezes perdida, de 1966, e Glorinha, de 1977, e pelo romance Perto da meia-noite, de 1985.
Obras de Josué Montello foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão e sueco. Algumas de suas novelas foram roteirizadas para o cinema; em 1976, Uma tarde, outra tarde recebeu o título de O amor aos 40; e, em 1978, O monstro, foi filmado como O monstro de Santa Teresa.
Morreu em março de 2006, vítima de insuficiência cardíaca. Encontrava-se internado na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, há mais de um ano, para tratamento de problemas respiratórios. O corpo foi velado na Academia Brasileira de Letras e sepultado no fim da tarde no Cemitério São João Batista.
Em sua homenagem, em 1997, o governo do Maranhão inaugurou a primeira biblioteca do Farol da Educação com a denominação de Biblioteca Farol da Educação Josué Montello.
Em 1954, foi eleito para a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Cláudio de Sousa. Até a sua morte, era o integrante mais antigo da Academia.
Fonte: wikipedia
A VIGÍLIA DAS ESTRELAS
Quando a primeira tarde ensanguentada
Tombou, vencida pela noite fria,
Viu-se no espaço a ronda alvoraçada
De outras luzes buscando a luz do dia.
E essa primeira noite foi passada
Nos mesmos atropelos de agonia...
Que fim levara a tarde malograda?
E o ouro velho do sol que não se via?
Afinal um clarão por sobre a serra
Despontou e, na luz resplandecida,
Do ouro novo do sol, cobriu-se a terra.
Desde então toda vez que o dia, pelas
Alturas, surge — A luz é devolvida,
Como prémio à vigília das estrelas.
Extraído de:
ARRUDA, Amélia R. de Sampaio, org. Nova Coletânea selecionada de 200 Sonetos. Rio, 195. 215 p 17x23,5 cm. “ Amélia R. de Sampaio Arruda “ Ex. bibl. Antonio Miranda
RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Viverias fatigada
de meus olhos encontrar,
se estivesse em minha alçada
dar destino ao teu olhar.
Queres fazer mau juízo
de todo bem que eu te quero?
Escuta: Se for preciso
a vida inteira te espero.
O maior dia de gala
para o meu amor em festa
foi o de poder coroá-la
dando-lhe um beijo na testa.
O nauta afoito se esquiva
do perigo dos escolhos.
Por mais que em perigos viva
não me esquivo dos teus olhos.
RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Viverias fatigada
de meus olhos encontrar,
se estivesse em minha alçada
dar destino ao teu olhar.
Queres fazer mau juízo
de todo bem que eu te quero?
Escuta: Se for preciso
a vida inteira te espero.
O maior dia de gala
para o meu amor em festa
foi o de poder coroá-la
dando-lhe um beijo na testa.
O nauta afoito se esquiva
do perigo dos escolhos.
Por mais que em perigos viva
não me esquivo dos teus olhos.
Página publicada em dezembro de 2015; ampliada em outubro de 2019
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