JOÃO MENDONÇA EWERTON
JOÃO MENDONÇA EWERTON nasceu em Cajapió - MA, em 4 de março de 1957, sendo filho de Sebastião Serra Ewerton e Maria da Glória Mendonça Ewerton.
Cursa, na Universidade Federal do Maranhão, Desenho Licenciatura. Escritor, ator e pintor, integra o LABORART - Laboratório de Expressões Artísticas. Expôs coletiva e individualmente em diversas cidades brasileiras e n Argentina. Premiado em 1º. lugar no I Salão Universitário de Arte, realizado em São Luís pela UFMA. Seu poema "Latinoamericanto" mereceu Menção Honrosa no II Festival Universitário de Poesia Falada.
Veja também a biografia mais recente do autor:
João Mendonça Ewerton, artista multimídia, nasceu na cidade de Cajapió (MA) em 1957. Cursou licenciatura em Desenho e Artes Plásticas na Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Trabalha em múltiplas áreas: Dramaturgia, Direção Teatral, Cenografia para Teatro e Televisão, Iluminador de Teatro, Cinema e Televisão, Carnavalesco com atuação no Maranhão e Rio de Janeiro. Roteirista de Cinema, Arte/educador, Escultor, Pintor, Designer de Moda, atuando em vários estados do Brasil e nos Estados Unidos. Iniciou sua carreira artística em 1973 participando de um coletivo que reivindicava a implantação do currículo de educação artística nas escolas do estado.
Engajado nas causas sociais, presente em movimentos locais. Em 1978 ganhou o 1º lugar no Salão Universitário de Artes do Maranhão, e em 1979 participou do 2º e 3º Salões de Artes Plásticas no Centro de Artes e Comunicação Visual – CENARTE. Junto aos artistas Murilo Santos, Ciro Falcão, Joaquim Santos, João Ewerton e César Teixeira montou em junho de 1977, na Galeria Eney Santana, a mostra de arte Gororoba com trabalhos em cerâmica, cinema, fotografia, gravura, desenho, pintura e instalações com temáticas de denúncia e protesto. Segundo o pesquisador Murilo Santos, este mesmo grupo realizou no Museu Histórico um Salão de Humor que fora fechado pela polícia devido a um censor que proibiu a maior parte dos trabalhos de serem exibidos.
Fez parte do Projeto Arco-Íris (FUNARTE), expôs no Rio de Janeiro e no Espaço Cultural da PETROBRÁS. Entre as décadas de 1980 e 1990, transitou entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília desenvolvendo trabalhos em cenografia. Trabalhou na Rede Globo de Televisão, em 1986, no Departamento de Pintura de Arte. Entre 1984 e 1986 em São Paulo, fez cenografias para o Teatro Pálace (Credcard Hall) e Macksoud Plaza. Dirigiu o Teatro Municipal Rosinha de Valença (Valença/ RJ). Esteve à frente da Secretaria de Cultura e Turismo da mesma cidade de 1987 a 1991, e posteriormente na gestão de 1993 a 1996.
A biografia continua em: https://docero.com.br/doc/ex0vv0
NOVOS POETAS DO MARANHÃO. São Luís: Edições UFMA, 1981. 79 p ilus 15 x 22 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
LATINOAMERICANTO
Do brasão de jade do mais velho asteca
Emergiu um dia, entre oceanos de mistérios,
Sob o signo de estrelas infinitas,
A figura guerreira de mulher morena.
Tinha a voz brilhante das neves andinas,
Perfilado busto, e olhar cintilante profundo.
Pisava seguro a amazona incansável,
Quando a águia imperial em fugaz mergulho,
Crava-lhe as garras nas carnes dos ombros.
Rebate-se a Índia com avidez selvagem,
Enquanto no impacto, o peito ao espaço,
Não podia esboçar o grito afogado
No véu revolto de ar em sua volta.
Numa dança macabra sua mente e membros
Repelem as algemas contra si lançadas,
Na mesma destreza que carcome as teias
Da estéril tirania de manta sangrenta.
Vela essa Índia as sementes de raça,
Os frutos do pacto da vida com o sol.
Geradas, guardadas, nos confins da luz.
Daquela mulher exposta ao mar,
Escuta-se das vestes esfarrapadas aos ventos
0 murmúrio de ritos, sofrimentos, vidas.
Marcando a melodia e compasso da marcha
Que gera num sonho acordado de vida,
Acordando a esperança para seu breve levantar
Dum leito de sangue e pedras polidas.
Desse sonho reprimido sairás um dia
Pelas matas, montanhas, planície e mares,
Não importarão os clarões das armas,
A clarear chão escurecendo vidas,
Pois romperás com tua luz essa escuridão,
Escorraçando noites, cercos, mordaças, tudo
Num gesto seguro erguido ao infinito.
Nesse dia surgirá dos rincões que ostentas
Nas mãos calejadas contra o peito,
Grave e estrondoso grito guerreiro
Despertando com seus ecos Atahualpa e Tupã,
Lá na imensidade das terras esquecidas.
Um revoar de condores crispará teu céu
Em todo o hemisfério os pássaros cantarão,
Todas as luzes celestes brilharão
Como fanal da nova vida conquistada.
Arco-íris será céu, terra, e tua entranha.
E num impulso de garra, tarka, queña e violão,
Tu lançarás ao sol abraço estonteante,
E o que mais!...
Tu estarás livre, América!
Página publicada em setembro de 2019
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