Não muda o tempo, nem cansa,
Em cousas do coração;
Que todo homem é criança
Quando o domina a paixão.
Amor é sempre pintado
Na figura de um menino:
É que o Amor não chega a velho,
Morre sempre pequenino.
A lua bate nas águas.
As águas ficam de prata:
O meu olhar se ilumina,
Se em teu olhar se retrata.
Ó rio, que as tuas águas
Levas ao mar, velho amigo,
Por que não levas contigo
Minhas penas, minha mágoas ?
Mirei-me eu teus olhos verdes,
Profundos da cor do mar;
Socorro! Sinto vertigens,
Perdi-me no teu olhar.
— “Sou feliz!” — Fala baixinho,
Não deixes a Dor te ouvir;
A Dor ainda no caminho,
Procurando a quem ferir...