FRAN TEIXEIRA
Sobre êste poeta quase nada se sabe, a não ser que nasceu no interior maranhense, talvez em Curador, onde foi Prefeito. Participou da redação de "O Estado", da "Re¬vista Maranhense" e do "Diário Oficial'. Seu único livro — Cinzas — ficou inédito. Um grande troveiro com notas de melancolia.
RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Eu bem não a conhecia
Não lhe chamei: — Ela veio
E encheu de cor a vazia
Encosta azul do meu seio.
Julgando minh'alma unida
Ao Bem de quem não esqueço,
Foi-me esta dor em comêço
Toda a esperança da vida.
A tarde agita o sudário
Fugindo à noite que vem,
E o sino do campanário
Soluça não sei por quem.
Tu, sino, em minh'alma exortas
Com o teu funéreo alarde,
Canção de esperanças mortas
Boiando ao clarão da tarde.
A tarde, quando o sol morre,
Na serra que a noite embuça,
Bem como o sino da torre
Minh'alma também soluça!...
A dor que meu peito alaga
Eterna em minh'alma jorre...
Que uma ilusão não se apaga!.
Que uma quimera não morre!..
Página publicada em outubro de 2019
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