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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



CELSO BORGES

De
Celso Borges
BELLE EPOQUE
s.l.: Pitomba G, 2011?
s.p. ilus. Inclui CD Quase
ISBN 978-85-905917-2-6  

 

Belle Époque é o terceiro livro-CD poeta lançado pelo artista. A trilogia começa com XXI (2000) e prossegue com Música (2006). Nesses trabalhos, Celso Borges faz referências que vão da música popular brasileira às experiências sonoras de vanguarda e dialoga com mais de 50 compositores e poetas brasileiros, entre eles Chico César, Vitor Ramil, Zeca Baleiro, Assis Medeiros, Ademir Assunção, Rita Ribeiro, Sérgio Natureza, Ceumar, Micheliny Verunschk e o DJ Otávio Rodrigues.

Poeta, jornalista e letrista, Celso Borges viveu 20 anos em São Paulo e voltou a morar em São Luís em 2009. Parceiro de Chico César e Zeca Baleiro, entre outros, além dos livros-CDs, possui cinco livros de poesia publicados: Cantanto (1981), No Instante da Cidade (1983), Pelo Avesso (1985), Persona Non Grata (1990) e Nenhuma das Respostas Anteriores (1996).

Nos últimos seis anos, Celso Borges tem levado a poesia para o palco com os projetos Poesia Dub, que desenvolve com o DJ e pesquisador Otávio Rodrigues, e A Posição da Poesia é Oposição, com o guitarrista Christian Portela. Eles já se apresentaram no Tim Festival (SP-2004); Baile do Baleiro, do compositor Zeca Baleiro (SP-2004); Festival Londrix (Londrina-2006); Catarse (Sesc Pompéia-2009) e Projeto Outros Bárbaros (Itaú Cultural, SP- 2005 e 2007). Celso Borges tem poemas publicados nas revistas de arte e cultura Coyote e Oroboro e já ministrou oficinas de poesia em São Luís, Imperatriz (MA) e Palmas (TO). Atualmente, apresenta na Rádio Uol o programa Biotônico ao lado de Zeca Baleiro e do DJ Otávio Rodrigues, além de editar a revista Pitomba, ao lado dos escritores Reuben da Cunha Rocha e Bruno Azevedo. 

O livro traz como encarte o CD Quase, em que o autor apresenta o silêncio como “resposta” ao barulho e à fúria do mundo moderno. O projeto gráfico é de Andréa Pedro, responsável pela identidade gráfica dos discos lançados pela Saravá Discos, selo de Zeca Baleiro. 

urbano

a  tv  ligada  dá  bom  dia
o  site  cedo  me  sitia
e  o  vento  vadio  ventania
no  nu  dilatado
da  vida  vazia

tudo
todo  tempo  parece  em  harmonia
o  carro,  o  cão,   o  mar,  o morro,  o  rato,  a  rodovia

só  a  vida,  quase  morta
viva !
passa  secundária
se  revelando  à  revelia

 

FRANKESTEIN PELO AVESSO

 

mea  culpa

falo  blasfemo  grito
como  se  tudo  já  tivesse  sido  dito
em  vão

palavras  loucas ouvidos  moucos

eu  sei
do  céu  ao  chão
do  sol  ao  léu

o  réu  sou  eu


Livro e CD enviados pela autor com o autógrafo: “p/Antonio Miranda, a fúria e o silêncio deste Belle Époque  abraço  Celso Borges  BSB 2011”  Fica aqui o registro e o agradecimento!!!

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Antonio Celso Borges Araujo, poeta maranhense, nascido em 1959. No Instante da Cidade (1983), Pelo Avesso (1985), Persona Non Grata (1990) e Nenhuma das Respostas Anteriores (1996) e Cantanto (1981) são, na opinião do próprio autor, suas obras mais representativas. XXI é uma antologia com um CD gravada com amigos – Chico César, Rita Ribeiro, Zeca Baleiro, entre outros, de onde extraímos os seguintes poemas. Recomendados por amigos e inimigos... Admirável.

 

CELSO BORGES

De

vinte e um: poemas de celso Borges

São Paulo: A.C.B. Araujo, 2000 

 

 

benção

 

tua benção, poesia

em nome do pai

do filho

e do espírito

                canto

 

 

pária

 

somos poucos

cada vez menos

 

somos loucos

cada vez mais

 

somos além

dessa matéria óbvia

que nos faz dizer

— tá tudo bem.

 

 

natureza viva

 

a fruta cai do galho

 

não tem prato embaixo

não tem mesa

não tem chão

 

invento a fruta amassada

em

pleno

vôo

 

 

declaração inteira

 

tenho dez almas:

 

uma de carne

onde me exponho aos instintos.

 

a segunda entrego ao zelador

par que o espanador a inflame.

 

a terceira

quarta

quinta

sexta

sétima

oitava

entrego-as à mulher amada

para seu domínio completo

 

a nona carrego comigo

para sustentar o que de solidão exala

 

a décima

o que sobra dessa solidão

 

 

haroldiana

 

de fato uma fada faz parte de uma história malcontada

deum conto do vigário fadado a ter seu fim otário

 

de fato uma fada é uma falácia

uma flor a mais do lácio despetalada

um sino no exílio um idílio

por quem os signos dobram em delírio

 

de fato tudo é tudo

quase nada

noves fora fada

 

 

            mishina urgente

 

         sol

         — o caroço da vida —

         nem arte nem desarte:

         desastre.

 

         só assim nasço: aço

         um corte pra morte

         primeira garantia:

         verexistir paralém da palavra.

 

 

punk

 

a pomba da paz não quer mais migalhas

    todos os atos são a partir de agora

       instrumentos de força e vício

 

            there is no future

 

                 declaro findo os elementos de cortesia

                    nenhuma concessão de praça ou perdão

                        na palma da mão napalm

                           eis a urgência da estética de guerra

 

 

now

 

o sucesso do amanhã é um comércio

que desconheço como poeta

não me cabe exercitar a beleza do futuro

ou colorir utopias quase sempre alheias.

eis o preço que pago por trazer comigo

o presente em estado de emergência.

 

  

 

a posição da poesia é oposição

 

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CELSO BORGES

 

De
Celso Borges
MÚSICA
Curitiba: Editora Medusa, 2005
Com um CD musical
ISBN 859059171-9

 

Faixa 5
DIALÉTICA  

CELSO BORGES

 

são Luis:
segundo movimento

blasfemam as fanfarras de súbito mudas
nos ouvidos marcando a pancada da terra.
esta é tróia!, o vigésimo século em tróia

(nauro machado)

 

 cidade dos azulejos
 ilha cercada de inveja por todos os lados


na cabeça da serpente: inveja
no chifre do touro encantado
nos lençóis do rei dom sebastião
na carruagem de ana jansen: inveja
nos bobos da corte de luiz XIII
no moustache de la touche, sr. de la ravardière: inveja
nos restos mortais do coronel de milícias Joaquim silvério dos reis
         enterrado na igreja de s. joão, em 1819: inveja
nos leões do palácio dos leões
nos domadores: inveja
no riso amarelo dos bajuladores
nas pedras de cantaria roubadas: inveja
nos azulejos portugueses de decalque
nos falsos batuques de butique dos boizinhos de enfeite: inveja


cidade dos azulejos
ilha cercada de recalques por todos os lados



       
na torre do desterro
         no beco da bosta
         na boca do boqueirão
         na forca do bequimão:  inveja
         no sino da sé às seis
         no hino de bandeira tribuzi
         na classe média de merda: inveja
         nos fulanos de tal, donos dos danos
         nos poetastros, beletristas de chás e ceias
         nas praças de alimentação dos shoppings
         nos desfiles de moda do sofitel
         nos cartões postais do aeroporto do tirirical
         nas duzentas colunas sociais de cada jornal: inveja
         nos 30 dinheiros dos iscariotes ilhéus



ó cidade minha, paria da alma
esse corredor de ecos de buzinas pútridas,
esse vai-e-vem de carros sem orfeus por dentro

(nauro machado)

       
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Faixa 16
[São Luis]
CIDADE DOS AZULEJOS 

CELSO BORGES

cidade dos azulejos
ilha minada de lodo por todos os lados



         nos mirantes rachados
         nos casarões desabados da praça joão lisboa
         nos condomínios fechados da cidade nova
         nos outdoors da avenida dos holandeses
         nas cadeiras, poltronas do teatro artur de azevedo
         na litorânea que ri do mar à sua frente
         nos olhos d´água da praia de olhos d´água
         na correnteza do anil, o tejo d´aldeia
         nas carreiras de cocaína que entopem as ventas do renascença
         nas carrancas do ribeirão que vomitam eternamente
         nos corredores das galerias por baixo da cidade
         na foz de fezes do bacanga palalém do barro e da barragem: invej
         na rua da inveja


cidade dos azulejos
tu, Jocasta linda; tu, putana,


         não vou furar meus olhos, ilha
         filha dos aflitos
         não vou matar o pai numa encruzilhada
         tu, fada falha
         tu, ilha palha
         olho de cego na ponta da agulha
         athenas brasileira pulha
         apenas

         tu, doce maldita, miséria equatorial
         carne de minha alma
         alma de minha carne
         tu, princesa, bibelô sobre o atlântico
         tu, dama, daminha, damá-la haverei por toa a vida
        

BORGES, Celso.  Nenhuma das respostas anteriores.  São Paulo: A.C.B., 1996.  Projeto gráfico: Hiro Okita. Ilustrações de Fernando Mendonça. Col. A.M.

 

D I V E R S O

 

nasce vário e lírico o poema que faço sem farsa futura

 

poema sífilis de difícil traço em catarse minha iluminura

 

poema vil pois solitário pus exato flor-de-lis impura

 

nasce útil e farto o veneno que caço em noite escura

 

poema vício dando voz à vida minha dor açoite e cura

 

poema foz fel fogo desde o início até sua embocadura

 

BORGES, Celso.  Persona non grata.  São Paulo: Edições Guarnicê,  s.d.  14x21  cm.     Ilustração: Fernando Mendonça.  Programação visual: Paulo Coelho.  Autografado em 1991.  Col. A.M.  (EA)

 

difícil separar o corpo do corpo
levar teus seios para casa
desparafusar o ventre
fazê-lo objeto de minha mesa de cabeceira

difícil teus dentes como colar

esse o limito do desejo
e seu fracasso

 

DELÍRIO 

 


BORGES, CelsoO Futuro tem o coração antigo.   São Luis, MA:  Pitomba, 2013.  s.p.   21x14,5 cm.  .    ISBN 978-85-905917-3-3   Projeto gráfico: Luiza De Carl. Fotos de São Luis tomadas pelos alunos do Curso Técnico do Instituto Federal de Educação, Patrocínio: CEMAR, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Ciência e Tecnologia (MA).   Governo do Maranhão SECMA/SEFAZ.  Capa de cartolina dura. 


 

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ARAUJO, Antonio Celso Borges, 1959 -    Vinte e um : poemas de Celso Borges.  Ensaio fotográfico Eduardo Julio. Projeto gráfico Fábio Bosque Ruy.  Produção gráfica: Ailton de Oliveira.            São Paulo:  A.C.B.  Araujo, 2000.  CDD 869-915  98 p.  ilus.  p& b. 19,5 x 20 cm. 
Inclui um CD, com Trilha sonora.  Celso Borges / Décio Rocha / etc.
                                                         Ex. bibl. de Antonio Miranda

O autor  (Celso Borges) escolheu poemas de seus livros anteriores e escolheu 21 poetas do Maranhão, entre eles José Chagas, JZeca Baleiro, Nosly, Rita Ribeiro, Chico César, etc para as gravações...

Escolhemos 4 poemas para esta apresentação do livro, limitando-nos à versão impressa, sem ousar ir mais longe, às vozes gravadas.
Somente com o livro e o disco na mão é possível compartilhar dessa
gravação tão espetacular. /  Não conheço pessoalmente o autor, meu conterrâneo maranhense...                                Antonio Miranda






 


 

Página publicada em abril de 2008; ampliada e republicada em janeiro de 2010, ampliada em setembro 2014



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