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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AMIZAEL GOMES DA SILVA

 

 

O nome e a trajetória de Amizael Gomes da Silva confunde-se com a do estado de Rondônia pelos seus feitos como cidadão e homem público. Maranhense de Bacabal, onde nasceu no dia 25 de abril de 1941, o professor Amizael radicou-se em Rondônia no começo da década de 1950, época em que o recém-criado Território Federal do Guaporé vivenciava um dos importantes ciclos econômicos de sua história, o Ciclo do Diamante, desenvolvido no rio Machado ou Gy-Paraná, e seus afluentes, o Comemoração de Floriano e Apediá, (Pimenta Bueno).

Toda essa trajetória de garimpeiro de diamante e do saber, levou-o a granjear importante parcela de prestígio político junto à população. Sua carreira política começa em 1972 como vereador em Porto Velho, pela legenda da Arena, exercendo o mandato por duas legislaturas.

Amizael Silva, além de político foi um dos importantes historiadores regionais, sendo autor de vários trabalhos sobre a formação histórica de Rondônia, dentre os quais destacam-se as os livros No Rastro dos Pioneiros, Amazônia Porto Velho, O Forte Príncipe da Beira, Amazônia Sarará, Conhecer Rondônia e Da Chibata ao Inferno.

Ele morreu no dia 05 de março de 2003, às 6: 45h, aos 62 anos de idade, deixando um

 rastro de pioneirismo em sua existência de homem forte e íntegro, educador e político.  Por Francisco Matias,

Fonte da biografia:  https://www.gentedeopiniao.com.br /

 

 

 

 

MENDES, Matias Alves;   BUENO, Eunice.   Síntese da Literatura de Rondônia.  Capa:        João Orlando Zo1ghbi.  Porto Velho: Genese-Top, 1984. 126 p.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 

 

MINHA VIDA – MEU CANTO

 

Amizael é meu nome,
Professor a profissão;
Nasci por entre as palmeiras
De Bacabal — Maranhão.
Humanizar é o meu lema,
Lealdade o meu refrão.

 

Sou filho de pioneiros,
Garimpeiro e lavrador
Costurando mosquiteiros
Minha mãe foi onde andou;
Um irmão foi balateiro
E o outro pregador.

Vim para Rondônia criança,
Quando ainda era Guaporé,
Em uma enorme barcaça.
Gente deitada ou em pé;
Peito cheio de esperança,
Coração cheio de fé.

 

Aquela gente do Nordeste
Fez-se ao grande matagal,
Enfrentando toda peste
Da floresta ou pantanal
Onde tudo se investe
No combate à dor e ao mal.

 

Enfrentei ainda menino
Todo sofrimento e dor;
Na malária andei caindo,
Neste assunto sou doutor;
Jà tomei muito quinino,
Remédio reparador.

 

Já remei por muitas águas,
Subi cachoeira, enfim,
Andei o lombo de égua,
Nas veredas dos confins,
Como pacas, jamais...

Do cipó retirei água,
Da raiz do pau também;
Da palmeira quis a alva
Que ó o palmito tem
Comi o fruto da sorva,
Comi carne de moquém.

Já via a morte de pertos,
Agruras e muita dor
Senti fome no deserto
De Vilhena a Roncador
E ninguém passava perto
Quando tudo nos faltou.

 

Já sofri com borrachudos,
Piuns e carapanãs
Onde até os “barrigudos”
Procuravam os socavões
E o tucano bicancrudo
Voava para os sertões

Já morei em pé de serra,
Na mata e no beiradão.
Já trabalhei na taberna
Sujeito a mais de um patrão
Já me escondi em caverna
Fugindo a grande trovão.

 

Lutei muito no trabalho
Que me era oferecido;
Vender pão, cavar cascalho,
Pra não me dar por vencido
Cortei lenha, “quebrei galho”
Como qualquer oprimido.

Na roça plantei legumes,
Fiz “escritas” no jornal.
Da lenha tirei o lume,
Tomei bacaba com sal;
Um homem bom se assume,
Não se assume um homem mau.

Minha vida em menino
Foi de grande sofrimento:
Nem sempre em nossa panela
Fervia o bom alimente:
Da carne, feijão, pepino,
Só se via o adiamento.

 

Comi carne e fiz a boia,
Tomei leite de jumenta,
Já me livrei de tramoia
Botei sempre pela venta,
Aguentei muita pinoia
Que cabra bom não aguenta.

No estudo fui ardente,
Tarefas dei andamento,
E aprendi de repente
Usar do bom argumento,
Sou feliz e independente,
Sem nenhum abaixamento.

 

Da grandeza vivo longe,
E tenho muitos amigos.
Não me troco por um conde,
Sou do pedante inimigo.
O cruel de mim se esconde
Ou briga muito comigo.

 

Eu condeno o magistrado,
Que tolera a injustiça,
Recrimino o soldado
Que não ama a justiças.
Tratantes bem disfarçados
Que não querem andar na liça.

 

O coronel atrevido,
Para mim será desprezado;
O civil comprometido
Por mim será renegado,
O covarde e fingido
Por mim será esmagado.

Aos que ao pobre deprimem,
Dou de rijo nos costados.
O sacrista não se anime,
Em ter-me por aliado
Pra cometer algum crime
Contra o pobre enjeitado.

 

Na defesa do amigo
Leal, bondoso e decente,
Vou às barbas do inimigo,
Me tornando impertinente,
Enfrento qualquer perigo,
Derrubo qualquer patente.

 

Amor, coragem e bonança;
Moral, escola e saber,
Impoluto na estrada que avança;
Zêlo no mandar fazer;
Arrojo contra a matança
Eficiência no dizer
Lealdade e segurança.

 

 

 

Página publicada em junho de 2020



 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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