POESIA GOIANA
Coordenção de SALOMÃO SOUSA
Foto e biografia: http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com/
RIDAMAR BATISTA
“Nasceu numa linda e mágica cidadezinha goiana, chamada Pirenópolis, nome que lhe fora dado por estar aos pés dos Morros dos Pireneus, no planalto central, onde a lua do mês de Julho, festejando a época mais encantadora do ano, é recebida com pompas, sendo apreciada lá de cima do morro, por toda a população de sua cidade natal.”
Presidente da Academia de Letras do Brasil- seccional Anápolis (em construção) Membro efetivo da Academia de Letras do Brasil- Brasília Membro.
TEXTO EM PORTUGUÊS – TEXTO EM ESPAÑOL
JUEGOS FLORALES / JOGOS FLORAIS. Montevideo: aBrace editora, 2011. 253 p. 13 x 18,5 cm. ISBN 978-9974-673-21-2 Ex. bibl. Antonio Miranda
Três mulheres
Três mulheres fazem a cabeça
das outras tantas damas presas
nas ambiguidades de si mesmas.
A indígena, a negra e a cigana
mulheres tão lúcidas, fortes e grandes
capazes de deixar no nosso sangue
a nobreza delas exaladas.
Mulheres que souberam seu destino
conhecedoras dos destinos alheios
sabedoras dos conselhos que davam
tirados dos olhares, gestos e trejeitos
lidos ao passo dos acontecimentos.
Amantes do fogo e do fogão
sabiam as artimanhas
das dores e dos prazeres
dos remédios e dos venenos
aplicados cada qual a sua vez.
De corpos pintados
as tatuagens da vida e dos enfeites
os brincos tecidos segundo suas artes
enfeitavam-se para seus homens
seus filhos e sua tribo
criavam a sina, benziam os caminhos
por onde todos pisavam.
Deitavam no leito amado
do braço de seus maridos
tinham orgulho dos seios fartos
que alimentavam sua cria.
Mulheres guerreiras e sábias
conheciam os céus e as estrelas
toda mudança do tempo
sabiam benzer e rezar
aprendizes da vida
liam no fundo dos olhos
sorviam os conselhos dos velhos
copiavam a insensatez dos jovens
criando a linha do meio.
Cada qual com tanta carga
souberam transmutar seu viver
se vivem hoje felizes
no sangue de outras mulheres
que delas puderam aprender
a arte da feiticeira.
TEXTO EM ESPAÑOL
Tres mujeres
Tres mujeres hacen la cabeza
de todas las otras damas presas
en las ambigüedades de sí mismas.
La indígena, la negra y la gitana
mujeres tan lúcidas, flertes y grandes
capaces de dejar em nuestra sangre
su nobleza de las exaladas.
Mujeres que supieran su destino
conocedoras de los destinos ajenos
sabedoras de los consejos que daban
ganados de las miradas, gestos y trejeitos
leídos al paso de los acontecimentos.
Amantes del fuego y del fogón
sabían las artimañas
de los Dolores y de los placeres
de los remédios cada cual a su vez.
De los cuerpos pintados
los tatuajes de la vida y de los afeites
pendientes tejidos según sus artes
se adornaban para sua hombres
sus hijos y su tribu
trazaban sus suerte, bendecían los caminos
por donde todos pisaban.
Se acostaban en el lecho amado
del brazo de sus maridos
sentían orgullo de los senos henchidos
que alimentaban su cria.
Mujeres guerreras y sabias
conocían los cielos y estrellas
todo cambio de clima
sabían bendecir y rezar
aprendices de la vida
descifraban en el fondo de los ojos
absorbían los consejos de los viejos
reproducían la insensatez de los jóvenes
creando la línea del medio.
Cada cual con tanta carga
supieron transmutar su vivir
y viven hoy felices
en la sangre de otras mujeres
que ellas pudieron aprender
el arte de la hechicería.
Página publicada em fevereiro de 2020
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