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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA

Coordenação de Salomão Sousa

 

 

Fonte da fotografia: aflag.com.br

 

 

 

MARIZA DE CASTRO

 

 

Trabalhou como Técnica em Educação no MEC Curso Superior de Nancy. Curso de Língua Francesa em Besançon França.

Estudou Educação na instituição de ensino Universidade Católica de Goiás

Frequentou Sacré Coeur RJ

Mora em Goiânia

Biografia: https://www.facebook.com/

 

 

FERREIRA, Sônia.  Chuva de poesias, cores e notas no Brasil Central – história através da arte.  2ª. edição revista e melhorada.  Goiânia: Kelps, 2007.  294 p.  ilus. col.         (antologia de poemas de autores do CECULCO – Centro de Cultura da Região do Centro-Oeste)   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

A   P E D R A

 

Invejo a solidez nua
das pedras descarnadas,
guardando segredos milenares
entre suas fendas.
Circundo-as vagarosamente,
imóveis para sempre
entre as sentinelas vegetais.
Amarro-me então às suas arestas
e sugo

a sua força bruta
e sorvo

a sua veia mineral.

Ferem-me as mãos com que as acaricio
e com o sangue que goteja ofereço
a imemorial transfusão.

 

 

ANTONIO ALMEIDA

BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6 BRITO, Elizabeth Caldeira, org.  Sublimes linguagens.  Goiânia, GO: Kelps, 2015.   244 p.  21,5x32 cm.  Capa e sobrecapa. Projeto gráfico e capa: Victor Marques.  ISBN 978-85-400-1248-6

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                A MINHA MÃE, NO DIA DE SUA PARTIDA

Mãe, ontem a noite estava tão calma
que dava para ouvir
a respiração das estrelas,
mas esta manhã, querida,
quebrou a harmonia do universo.
Os longos anos não foram dourados.
Sabíamos de seu sofrimento,
sabíamos.
Mas sabíamos também
que carregavas uma fatia
de nossa vida,
e que teu ventre ainda gerava
toda a nossa infância.

 

       RETORNO

                Onde estava eu antes do nada?
Na voz de um pássaro, no verme verde da mata,
na curva de uma estrada,
ou no espaço infinito,
entre todas as estrelas,
ou acima de todas elas?
Infinita, quem sabe, infinita eu sou,
vinda de muito longe, da luz do crepúsculo,
do caminho de um rio, de um regato que regurgita,
das fundas gargantas dos precipícios,
do regaço de uma manhã ou das cicatrizes de uma

                                                                       árvore,
sempre vindo e sempre indo,
até que um dia possa latejar numa estela
e entregar-me sozinha,
presente e futura,
estilhaçar-me nas cinzas de um passado,
reconstruir-me nos sonhos de todo mundo:
uma pétala de mim em cada flora,
um átimo de mim em cada átomo,
uma página de mim em cada livro,
impressa desde sempre
até o fim dos séculos.



DESEJO

Morrer colhendo flores
em meio a uma doce loucura,
como a amada de um príncipe louco.
Morrer, olhando a curva do horizonte,
vendo o sol apagaras nuvens
até que a última cor se afogue
na imensidão de minha retina.
Morrer ouvindo os pássaros endoidecidos,
que agasalham a noite em seus ninhos
e premeditam o amanhecer.
Morrer sentindo o aroma embranquecido
dos jasmineiros equilibrados
nos porões de minha infância.
Morrer, enfim, sentindo o gosto
de todos os sonhos envelhecidos
nas trilhas ocultas de meu desejo.

Só aí então virar a página
e fechar vagarosamente o livro.

 

       PEDIDO

Hoje quero desossar todas as palavras
e construir o silêncio
à minha imagem e semelhança.

As trilhas tortuosas que palmilhei
desenganaram-me delas.
Agora dentro de minha caverna
paira imóvel
um silêncio oceânico.

Esta zona é a minha.
Nem o sol lá fora
projeta imagens dentro de mim.

Estou escutando meu silêncio.
Peço respeito a meu vazio.
Precisamos ficar a sós,
Meu silêncio e eu.

 

PÉRGULA LITERÁRIA VI  Antologia. Poesias vencedoras do VI Concurso Nacional de Poesia “Poeta Nuno Álvaro Pereira”.

Valença, RJ: Editora Valença, 2004. 202 p.    Ex. bibl.  de  Antonio Miranda

 

 

O PASSADO

O passado me espreita
com olhos atentos
num canto sala escura.
Ali está ele
— fera acuada —
sempre pronto para dar o bote,
a arrombar os porões
de minha memória
e a segurar-me entre suas presas.

Viver sem essa fera
já não posso mais,
nem quero.

Quero é amansá-la docemente,
conquista-la devagar.
Quero lembrar sua outra face,
quero lamber-lhe as feridas
e sentir na boca o gosto suave
de sua infância sem garras,
quando ele não era mais
do que um doce felino,
que tão de leve arranhava
a tessitura de meus sonhos.

A PEDRA

Invejo a solidez nua
das pedras descarnadas,
guardando segredos milenares
entre suas fendas.
Circundo-as vagarosamente,
imóveis para sempre
entre as sentinelas vegetais.
Amarro-me então às suas arestas
e sugo
a sua força bruto
e sorvo
a sua veia mineral.
Ferem-me as mãos com que as acaricio
e com sangue que goteja ofereço
a imemorial transfusão.

 

*

 

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2022.

 

*

 

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Página publicada em junho de 2021

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2019


 

 

 
 
 
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