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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




LUIZ DE AQUINO

 

Luiz de Aquino Alves Neto nasceu em Goiás, em 1945. Estudou no Rio de Janeiro e em Goiânia, onde reside. Graduado em Geografia pela Universidade Católica de Goiás. Poeta, contista, cronista, é autor de muitos livros. Membro da União Brasileira de Escritores, da Academia Goiana de Letras e do Sindicato de Escritores do Rio de Janeiro.

Página na web: http://luizdeaquino.na-web.net

RIO QUENTE E EU

 

Na minha terra existe um rio.

Pequeno curso, pequeno caudal

que deságua límpido

nas turvas águas do Piracanjuba.

 

Corre alegre, borbulhante,

mantendo constante

a água clara

a trinta e sete graus.

 

Persistente, meu pequeno Rio Quente!

Foi ele a imagem primeira

do que chamei de rio.

 

Mas não é ele, ainda,

um rio de verdade. É ribeirão;

e na cidade (pouco mais que vila),

o Córrego de Caldas,

miúdo e manso: hospitaleiro

para o banho, farto de lambaris

de ingênuas pescarias.

Rio mesmo

é o Corumbá, violento e forte.

Vem do norte

e reforça o Paranaíba,

que nasce em Minas.

 

Rios são assim, feito a vida. Tímidos

primeiro, crescentes depois.

E viram grandes

quando grandes somos também

tal como grande nos parece o mundo.

 

Saudade de ser córrego:

hospitaleiro e manso.

 

 

TRÊS SINAIS DE DEVOÇÃO

A VILA BOA DE GOIÁS

 

I – FETICHE

 

Joguei na estrada

o peso incômodo de afazeres:

fiz-me despojado das angústias.

 

Vim ver a lua quase plena

despontar perto da cruz

na elevação de Dom Francisco.

 

Vim veloz, sobre rodas roçando asfalto.

Trouxe os pés de beijar as pedras das ruas

e os ouvidos de encantar-me a alma

ao rumor do rio Vermelho.

 

II – O SOL

 

O sol nas pedras (é manhã de agosto)

alegra o tempo de se contar histórias

e de se ouvir conceitos pela luz das letras.

 

Abri antenas

de sentir presenças

e escutar fuxicos.

 

Beijei o sol

no verde alegre das folhas

e no vivo das cores do ipê.

 

III – CRUZ DO ANHANGÜERA

 

Cruz mortiça de madeira velha

na cruz das ruas. Logo ali,

Casa Velha da Ponte, no caminho do Rosário.

 

Cruz de bênçãos, velho madeiro

que se tem de história

onde existiu em fé e taipa a Igreja da Lapa

que as águas do rio Vermelho

levaram de volta ao barro.

 

Da Lapa, só lembranças.

E o sussurro ingênuo das águas

Colhe bênçãos de velha cruz.

 

 

A CASA NASCE DAS ÁGUAS

 

A casa de Aninha, a casa grande

na beira da ponte,

dá mão ao tempo e espera outro século.

 

Mas a casa está só.

Não há mais quem lhe varra o chão

e espane pó das histórias.

 

O tacho de cobre não coze mais doces:

Aninha descansa em São Miguel.

Não mais as histórias dos becos nem livros de cordel.

 

Doce Ana doutros anos,

força e voz, tempo e tempero.

 

Foi-se Ana, a cordeleira, cordilheira feito humana,

canto e coro, coralina, voz menina, canto forte

cristalina voz poesia.

 

A casa nasce das águas

à beira da ponte, à beira do tempo.

A casa escura das águas.

 

Rio Vermelho resmunga.

Rio velho, triste...

Rabugento, o Rio Vermelho.

 

 

Extraído do livro SARAU. Goiânia: Edição do autor, 2003. 152 p.

 

 

VIDA

 

A força da corda

não força a sorte

nem corta o cachaço.

 

Na força da corda

o corte da forca

não solta o sanhaço.

 

Na lida e no eito

a liça e o feito

enfeitam o que faço.

 

No peito, o cio,

a vida no fio

que escorre frio

e morre no leito.

 

 

BOÊMIO

 

É sexta-feira.

Afogo-me em fogos

d chopes e chuvas

com medo de não acordar amanhã.

 

Bobagem:

no vejo razões

pra se acordar num sábado.

 

 

Extraído da antologia pessoal MEUS POEMAS DO SÉCULO XX. Goiânia> Edições Consorciadas UBE/GO, 2001. 182 p.

 



 



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