POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA
LAÉRCIO DE SOUSA MAJADAS
Nasceu em 18.02.65, na cidade de Goiânia. Filho de professora goiana e comerciante mineiro mudou-se, aos oito anos de idade, para a pequena Ituiutaba, às margens do Rio Tejuco, onde passou a maior parte da infância. Médico pediatra. De volta a Goiânia, começa a ensaiar os primeiros versos aos quatorze anos. Lança seu primeiro livro de poesia, Pescador de mim, em 2010 na Coleção Goiânia em Prosa e Versos.
ESMALTE
A lágrima
arrependida mora
nos olhos de ontem.
Muralha de dentes
descoberta nos lábios
ensaia risos nas tonsilas
do embargo.
Quase um
soluço contente
alegria
que mente
o choro das artérias.
Tristeza de férias,
nos balneários da
aurora.
FOLHAS DE CARNE
Tardinha,
os músculos se
esquecem.
Amparados no
esmero
do lar,
lascivos,
esperam…
como o lago,
o transtorno das folhas.
No êxtase do
deixar-se,
adormecem.
Estriados, lisos, brandos…
PASTO
Para poetizar
a ideia que então
me assola
necessário é
falar do álcool
oxigênio e
hidrogênio no
hálito da história
hidroxila nos cálices
de pedra em Canaã
nas taças douradas
cravejadas de rubis
lenitivo da escória
comunhão nos largos
provincianos.
Então,
almoço com
abstêmios
sinapses imaculadas
ocupam os cômodos
da casa
perfume de alho
adula a mucosa
das bocas limpas,
apenas meu bafo
a soluçar
BECO
É manhã
nos tecidos
milhões de células
no despertar, a
morte ceifara outras tantas
sem alarde ou pranto.
Na região
dos testículos,
flagelos velocistas
espremem-se no beco
sem saída.
Página publicada em julho de 2011
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