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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA
 

 

JOAQUIM BONIFÁCIO

( 1883 – 1923 )

 

Nasceu em 1883 e faleceu em 1923, aos 40 anos de idade.

O poeta Joaquim Bonifácio Gomes de Siqueira publicou Alvoradas, livro de versos carregados de sentimentalismo e de amor pela Cidade de Goiás. Além de escritor foi, também, inspetor de fiscalização de coletorias, viajando por todo o Estado, conhecendo nossa realidade.

Por esse motivo, participou na impressa da época com artigos históricos e análises sociais de acontecimentos que presenciou. Em 1913 publicou outro livreto, Alguns Versos, em que aparecem os belos poemas Luares e Noites Goianas, mais tarde musicados com sucesso.

Fonte da biografia: https://www.dm.com.br/opiniao/

 

 

(De Alvoradas, 102)

 

 

 

Noturno

 

É noite. A lua branqueia
Pelo azulíneo estendal:

É vigilante na ameia
De um castelo medieval.
O vento soluça e geme
Pelo arvoredo que freme
Ameaçando tombar..
Dentre espesso nevoeiro
O mocho geme agoureiro
Esvoaçando no ar...

 

É noite. Destilam luzes
Os astros que estão no céu...
Quantas dores, quantas cruzes
Da noite no espesso véu!

Aqui são prantos sentidos,

Mais além alguns gemidos
De misérias e de dor...

Tudo é triste nesta hora!

Quanta viúva que chora,
Quanto ninho sem calor!...

 

Ouve-se o canto dolente
De uma sonata de amor:
É do peito de quem sente,
É de inoto trovador...
E pelas ruas vazias,
Debaixo das gelosias,
À frouxa luz do luar,
Surgem vultos embuçados:

São poetas namorados,
São bardos que vão cantar...

 

Como é triste a noite quando
A gente vive a sofrer!
A vermos outros cantando
E o nosso pranto a correr!...
Feliz! Feliz e ditoso

quem a sorte do gozo
cena sempre com a mão!
Feliz! feliz de tal gente,
Daquele que nunca sente
As chagas do coração!...

 

É noite. A lua branqueia
Do céu nos campos azuis:
É palácio de sereia
Resplandecente de luz...
0 vento que passa geme
Pelo arvoredo que freme,
Ameaçando tombar...
Soluçam cantos de amores
Os poetas sonhadores
À branca luz do luar...

 

 

 

 

( De Alguns versos, 1913)

 

 

Noites goianas

 

Tão meigas, tão claras, tão belas, tão puras

Por certo não há!
São noites de trovas, de beijos, de juras,

As noites de cá...

 

A lua derrama no céu azulíneo

Seu manto de prata
E Deus, das estrelas abrindo o escrínio,

No céu as desata...

 

Em Nice, em Lisboa, na Itália famosa

Tais noites não há...
São noites somente da Pátria formosa

Do índio goiá...

 

As noites goianas são claras, são lindas,

Não temem rivais!
Goianos! Traduzem doçuras infindas

As noites que amais!...

 

Goianos as sonham, da Pátria saudosos,

Nas terras de lá...
São noites de risos, de afetos, de gozos,

As noites de cá...

 

 

 

Luares Goianos

 

Luares brancos, albentes,

Luares alvinitentes,

De indesvendáveis arcanos!

Vossa pureza arrebata,

Luares brancos, de pratas,

De plenilúnios goianos!

 

Morenas fadas, catitas,

As goianinhas bonitas

Adoram-vos o dulçor…

Quantos encantos encerra

O luar da minha terra

Falando coisas de amor!…

 

Formosas graças se prendem

Nos raios que se desprendem

Da lua branca e tranqüila…

 

Vendo-a tão longe, e tão calma,

Nascem no fundo d’ama

Desejos de possuí-la…

 

São desejos inocentes,

De cousas surpreendentes

Por ninguém jamais gozadas:

Desejos que só palpitam,

Que crescem, bramem, crepitam

Nas almas enamoradas…

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2019


 

 

 
 
 
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