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Sobre Antonio Miranda
 
 


 
 

EMILIO VIEIRA

 

Nasceu em Posse, Goiás, na Fazenda Cantinho, em 1944. Foi membro fundador e participante do Grupo de Escritores Novo, extinto GEN. É membro da Academia Goiana de Letras.

Emílio Vieira é graduado em Letras Vernáculas pela UFG, bacharel em Direito pela UCG,  com especialização em Direito Processual Civil pela UFG  e mestre em Teoria da Literatura também pela UFG. O professor tem larga experiência na área de Artes, e ênfase em Artes e Letras, com diversos artigos publicados em periódicos goianos.

 

NASCENTE, Gabriel. A Nova poesia em Goiás: antologia dos poetas goianos.  Goiânia, GO: Oriente, 1978.  384 p.  13,5x18 cm.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

EXCERTO 2

lá onde for levará
o homem o peso das coisas
a natureza nos ombros
mesmo ultrapasse no espaço
o abismo das tormentas
cabo da boa esperança
mesmo liberto da estrela
que lhe pesa na retina
mesmo liberto de tudo
sentirá o peso do nada
onde não há movimento
não há vida da que vive
onde o homem for nascerá
o homem não vem do ventre
o homem nasce do sonho
que nasce da poesia
que brota em toda parte
sempre haverá uma fonte
onde a mãe-da-lua
sempre
contará voz-paisagem
de tristeza
sempre
sempre
onde o homem for nascerá
e renascerá da angústia
impotente de ser livre

                        ("Ponto lua", 1966)

 

De amorAÇÃO

1.     na florAÇÃO do vento
amorAÇÃO: semenTE
in corpo são
(em mente sã):
sonho in corporAÇÃO

do homem nasce
o sonho do homem

2.     Fica proibido ser não sendo e
amar doendo e machucar a flor
e ver a vida dividida ao
desespero da palavra
em lavra
do amor
em dor

E fica instituído o acontecer
do ser de resolver-se cada dia
e renascer toda manhã
no sonho
reinventar-se:
a alegria não se adia:
como a flor.

3.     CHUVA EM SONHAÇÃO
CONSIDERADA
SONHO CHUVAÇÃO
GRÃO DO TEMPO
GRAN VIDA
MULHER DITA
AMAVIDA
SONHO: FICAÇÃO
SIGNO: FIXAÇÃO
SIGNIFICAÇÃO
DO HOMEM

SONHO: FICA AÇÃO
SONHIFICAÇÃO
INTER EGO AÇÃO
INTER
ROGAÇÃO

4.     Era a moça era a chuva era a tarde era o
pássaro incerto era o cantar da vida era
a dor dos olhos de não ver nascer a flor
e no beijo incrustrar-se o sonho
e no abraço inventar-se o corpo
e no amor reinventar-se o dia
para a moça com a chuva e o instante
do pássaro e a alegria do poder da flor
impregnada de poesia

 

A POESIA GOIANA NO SÉCULO XX (Antologia) – Organização, introdução e notas  de Assis BrasilRio de Janeiro: FBN / Imago / IMC, Fundação Biblioteca Nacional, 1998.   324 p. (Coleção Poesia brasileira) ISBN 85-312-0627- 3                  Ex. bibl. Antonio Miranda

Minha admiração pela obra crítica da literatura brasileira  de ASSIS BRASIL vem de muito tempo, desde a época em que ele atuava como jornalista literário no JORNAL DO BRASIL, onde eu publicava alguns textos desde a época do Suplemento Dominical, com Reynaldo Jardim e Ferreira Gullar. Comecei a adquirir livros dele — muitos — e o informava que o acompanhava e, tempos depois, comecei a divulgar o que ele compilava nas antologias de poesia brasileira, e os textos que escrevia, com muita competência, sobre os autores.
Comecei com Salomão Sousa, responsável pela seção de poesia goiana em nosso Portal de Poesia –
www.antoniomiranda.com.br, e com a notícia da morte do grande piauiense, aos 92 anos, em 28 de novembro de 2021 – e também "carioca" como eu, que vivi no Rio de Janeiro, boa parte de minha vida ou por lá andava desde sempre... decidimos ampliar a divulgação dos textos, não só dos poetas e, mais recentemente, sobre o que ele escreveu sobre os autores que divulgava, na certeza de que ele sempre viu com simpatia o nosso trabalho.


EMÍLIO VIEIRA
por ASSIS BRASIL 

 

 

Zabé Loló
(Princesa dos loucos possenses)

"Zabé Lolô,
ô,
marra o cachorro
que já vou."
E ela vinha vestida investida
de boneca e como louca:
a elegância dos retalhos,
a trouxa, a trança e a touca.

"Zabé Lolô,
ui,
solta o cachorro
que já fui."

Não tinha mãe nem pai nem filho.;
Não tinha origem nem idade.
Ela encarnava o mal das ruas
e era a pureza da cidade.

"Zabé Lolô,
ôi,
o teu cachorro
pra onde foi?"
Vivia do sol, do vento e o frio.
Não tinha onde, como ou quando.
Quando comesse: era fingindo.
Quando passasse: era espreitando.
Quietasse: era dormindo.
Quando sorrisse: era sonhando.

"Zabé Lolô,
ô,
pra onde Deus
te levou?"

                             (Posse: história e poesia/ 1988)


*

 

VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal: 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html  

Página ampliada e republicada em maio de 2022.

 

 

Página publicada em junho de 2017  

 



 
 
 
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