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POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA

 

 

 

 

                          

CELSO CLAUDIO

 

                                    (1955-   )      

 

Celso Claudio Carneiro nasceu em Piracanjuba, Goiás, no dia 26 de fevereiro de 1955.
Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás.

Venceu o concurso com o livro Eis o cálice, Helena (1992), de onde extraímos o poema:.

 

 

 

            1.2 – CONCERTO DO CORPO EM TRÂNSITO          

 

            Intróito

 

            Chegando-se ao tempo da luz em fuga,

              também se chega à lua minguante

              que pousa no meu corpo.

              O tempo é de tirar a roupa

       já sem o ritual do jogo erótico
e já vestindo o gesto obrigatório
de quem precisa, com jeito,
recontar os sorrisos vivos
que sobraram.

 

              Contabilizada seja
toda uma história e
empilhe-se as carícias-ilhas
soçobradas.

 

              Venho com as serestas
que (só) sobraram
aguardar o veredicto
das células-sobras abatidas:
no passivo eu choro os lábios
em cuja porta não cresceu
o indicativo de alimento;

 

              no ativo enterro beijos
cuja glória resumiu-se em ser
              prato de entrada
              de um almoço cancelado.

 

              E a cada peça vou cheirando,
em período de balanço,
a extensão da epiderme;
como se cada centímetro desse corpo
superasse a condição de corpo
para tornar-se o templo de um tempo
onde, diariamente, veio a vida
beber água. (Ainda existe poço?)

              Presume-se, ainda existe alma!

 

              Mas se ainda existe água,
certamente existe o corpo:
— com beleza
com certeza —
com leveza —

 

              Ainda existe o corpo-alma
e é preciso em emergência,
trafegar esta vida dupla e siamesa:
— Vem a mim, antimatéria!
Em auto-imperativo, vem!
E vamos ao pleno dos cantos, pois
de ponta-a-ponta requer-se auditoria.

                                              

           

           
3.6 — RECANTO AOS FILHOS DE MANDELA

 

                       (aos negros sul-africanos)      

 

              3.6.1 – Introito

 

              Eu que conheço tanto estas águas
descobri que a minha sede
tem todas as cores.
Negros são meus gritos
incendiando os labirintos da tortura.

 

              Sou o filho destas matas
e meus irmãos cresceram
pelas ruas de Johannesburgo.

 

              Pelas luas que me crescem,
cresce em mim este canto
que não é preto nem é branco;
é irmão do arco-íris.

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2019            

 


 

 

 
 
 
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